A escritora Juliana Leite é a entrevistada do “Trilha de
Letras” nesta quarta-feira (06/12), às 22h, na TV Brasil. Na conversa com a
apresentadora Eliana Alves Cruz, Juliana fala sobre envelhecimento, a relação
com o passado, o trabalho e o amor, temas que estão presentes em suas obras. A
autora fluminense ganha reconhecimento e público, além de conquistar a crítica.
Seu romance de estreia, "Entre as mãos", foi vencedor do Prêmio Sesc
de Literatura.
No programa, ela fala de seu livro mais recente,
"Humanos Exemplares". Ao citar a personagem principal da obra,
Natalia, uma idosa de 100 anos, a escritora conta que a convivência com o
próprio avô, que morreu aos 102 anos, a inspirou na criação. Segundo ela,
conviver com ele foi determinante para o imaginário e para criar uma relação
mais aderida ao presente.
Sobre o envelhecimento, tema abordado no livro, ela afirma
que "envelhecer já é um pouco essa vitória de conseguir chegar a um
determinado momento da vida que nem você mesmo, nem a sociedade, nem quem está
ao seu redor precisa olhar pra você a partir de certas lentes".
Escrita no ano em que surgiu a Covid-19, a autora diz que na
obra não queria falar sobre a pandemia e, sim, criar uma espécie de espelhamento
do leitor na história da personagem principal.
Juliana diz que sente que cada processo acontece de uma forma
diferente e sempre tem anotações manuais em seus cadernos. Ela afirma que tudo
o que escreve nasce da rua. "Estar na vida observando pessoas, gestos,
coisas que foram ditas, cenas. Coisas muito cotidianas que despertam ali (...)
é como se aquilo instaurasse uma certa situação e a minha maneira de lidar com
aquela situação é colocar aquilo dentro de uma ficção, fazer aquilo pertencer a
uma certa história", conclui.