O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira (26/03) revela novas
formas de tratamento das infecções sexualmente transmissíveis e alerta sobre o
aumento do risco de contaminação com o uso de novas substâncias e drogas
sintéticas.
Durante três dias, a repórter Mayara Teixeira acompanha o
atendimento no pronto-socorro do Hospital Emílio Ribas, o maior hospital de
infectologia da América Latina e a principal referência no tratamento de
infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no Brasil. Em 2011, as equipes de
reportagem também estiveram no Hospital para gravar um programa sobre HIV e
conversaram com o infectologista Bernardo Porto Maia, hoje chefe do
atendimento.
Para explicar como as profilaxias funcionam, a equipe do
‘Profissão Repórter’ vai à Estação Prevenção, na região central de São Paulo, e
no Centro de Referência e Treinamento IST/Aids, locais onde as medicações são
distribuídas gratuitamente pelo SUS.
O dançarino Jon Diegues, de 25 anos, vive com HIV há quatro e
usa as redes sociais para conscientizar jovens sobre os riscos de se infectar e
também para trazer informações sobre o que significa viver com o vírus
atualmente.
Em uma incursão na noite de São Paulo, a repórter Danielle Zampollo
conhece adeptos de uma nova prática: o
"chemsex" ou sexo químico. Um médico, adepto, conta que chegou ao
"chemsex" por curiosidade e explica ser uma prática sexual com uso de
substâncias, que podem ser drogas químicas para prolongar ou intensificar o
sexo. Sob efeito delas, há alto risco de descuido com a contaminação por ISTs,
incluindo o HIV. No caso da metanfetamina, droga sintética que se espalhou por
grandes cidades brasileiras durante a pandemia, um praticante pode ficar dias
acordado. Nesse período, sob efeito da droga, a pessoa deixa de lado o uso de
preservativo ou da PREP, a Profilaxia Pré-Exposição que evita a contaminação
por HIV.
O ‘Profissão Repórter’ mostra o trabalho de voluntários que,
cientes dessa realidade, circulam de van por São Paulo para fazer testes de
ISTs, explicar a importância da prevenção e alertar para os riscos de misturas
de drogas. Lucas Raniel, do coletivo Multiverso, que faz esse trabalho, defende
a testagem como método de prevenção de ISTs.
Segundo o médico epidemiologista Fábio Mesquita, fundador da
Associação Internacional de Redução de Danos, não são apenas as novas drogas
que aumentam o risco de transmissão de infecções. Na reportagem, ele alerta que
o uso da cocaína e de bebidas alcoólicas também é perigoso. "Elas tiram a
consciência da pessoa e vulnerabilizam. A pessoa fica menos consciente para ter
a precaução de usar camisinha. Qualquer tipo de substância que altere a
consciência da pessoa é considerado sexo químico", conclui o médico.
O
‘Profissão Repórter’ vai ao ar na TV Globo, logo após o BBB24.