Em celebração aos 60 anos da TV Globo e à história da
emissora, o ‘Globo Repórter’ exibe uma edição especial nesta sexta-feira
(25/04) para mostrar os desafios enfrentados pela TV em suas seis décadas de
existência e a forma como foram superados, o seu pioneirismo e os principais
marcos do canal.
A apresentadora Sandra Annenberg e os repórteres Graziela
Azevedo e Pedro Bassan conduzem as reportagens que mostram a dificuldade de
levar o sinal para todo o Brasil; a criação do primeiro telejornal em rede; a
primeira transmissão via satélite; e a forma como o Brasil começou a enxergar
uma identidade nacional a partir da programação do canal.
Fazendo uma ligação entre o passado e o futuro, o ‘Globo
Repórter’ especial reconstitui o estúdio do ‘Tele Globo’, primeiro telejornal
da TV Globo, dentro do maior estúdio permanente de Produção Virtual da América
Latina localizado nos Estúdios Globo, e convida três pioneiros que estiveram no
primeiro dia de existência da TV: a atriz Natalia Timberg, apresentadora do
primeiro telejornal da TV; o ator Reginaldo Faria, galã da primeira novela da
emissora; e Herbert Fiuza, primeiro diretor de engenharia da Globo.
O programa especial destaca as novelas, séries, o jornalismo
e programas de variedades, como o ‘Úni Dúni Tê’, que estreou no dia da
inauguração da TV Globo e era apresentado pela professora Fernanda Barbosa
Teixeira, a Tia Fernanda. Na época, o público infantil participava do programa
enviando cartas e desenhos à produção. O ‘Globo Repórter’ encontra duas das
crianças que eram fãs da Tia Fernanda. Depois de 60 anos, uma dessas crianças,
que chegou a participar do programa, assiste a imagens disponibilizadas pela
família da apresentadora, que encontrou fitas cassete com relíquias da época.
No Chuí, município do Rio Grande do Sul que faz fronteira com
Uruguai, a repórter Graziela Azevedo reencontra telespectadores brasileiros e
uruguaios que precisaram batalhar, esperar e se unir para ver o conteúdo na TV,
já que naquela época ter um aparelho de televisão era raro e a região não fazia
parte do circuito da televisão brasileira.
O futuro no Chuí chegou no começo dos anos 70, na ponta de
uma antena de 80 metros de altura que passou a captar os sons e as imagens do
mundo e de um Brasil quase desconhecido. No programa, Herbert Fiuza, então
diretor de engenharia da Globo, conta como foi o processo de criação do
conceito de rede, a implantação da transmissão via satélite e a compra de
antenas próprias que faziam a interligação de todas as afiliadas com a
transmissão a partir do Rio de Janeiro.
Ao norte do país, foi preciso fazer o possível e o impossível
para o conteúdo da TV chegar na região da Amazônia. Em Manaus, o repórter Pedro
Bassan conta como as novelas, jogos e filmes foram desembarcando, município a
município, e vai ao encontro de dois irmãos, João Coragem e Zeca Coragem, cuja
história se cruza com a trama de “Irmãos Coragem”. Eles relembram os tempos de
construção da cidade fictícia de Coroado, cenário principal da novela exibida
pela primeira vez em 1970.
A TV participou dos desafios das primeiras transmissões
mundiais via satélite e, no mesmo ano, em 1969, criou o primeiro jornal em rede
nacional. Com cenários coloridos e reportagens em preto e branco, já em sua
estreia, o JN ajudou a emissora a se tornar campeã de audiência. O programa
mostra como o Jornal Nacional inovou e acompanhou a história ao longo dos anos.
Os incêndios na emissora já nos primeiros anos e os desafios dos anos de chumbo
com a censura durante a ditadura também estão contemplados.
O setor de teledramaturgia também ganha destaque no
jornalístico. As primeiras novelas tinham pouco de Brasil e, em geral, eram
escritas por autoras mexicanas e cubanas que contavam histórias de sheiks e
princesas. Até a chegada de Janete Clair, em 1967, e seu marido Dias Gomes.
Janete é uma das mais importantes dramaturgas da televisão brasileira, autora
de sucessos como “Irmãos Coragem” (1970), “Selva de Pedra” (1972) e “Pai Herói”
(1979), e faria 100 anos no mesmo dia em que o ‘Globo Repórter’ vai ao ar. A
repórter Graziela Azevedo encontra Alfredo Dias Gomes, filho da autora, para
falar sobre a emoção da mãe quando viu sua estreia na TV Globo e conta o que
ela disse na época da censura à novela ‘Roque Santeiro’.
O ‘Globo Repórter’ mostra também como a Globo se reinventou
durante a pandemia do coronavírus; como a tecnologia também se tornou guardiã
de boas memórias, transformando a maneira de fazer e de assistir televisão; e
projeta o futuro com a TV 3.0.