Um ano depois das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul,
Caco Barcellos e as equipes de reportagem do Profissão Repórter retornam — no
programa que vai ao ar nesta terça-feira (29/04)— às áreas mais atingidas do
estado para reencontrar voluntários e trabalhadores que atuaram no resgate e
mostrar como está o recomeço das famílias afetadas pela tragédia.
A repórter Esther Radaelli e o cinegrafista Francisco Gomes
visitaram o Vale do Taquari, região já atingida por enchentes em setembro e
novembro de 2023. Em Encantado, famílias vivem em módulos provisórios de 27
metros quadrados, a maioria vinda do bairro Navegantes. Por lá, a equipe
encontrou um cenário de abandono, mas alguns moradores decidiram retornar, como
a aposentada Nodila da Silva, que perdeu tudo: “Voltei em novembro. Tudo o que
tenho foi meu braço que trouxe para dentro de casa. Estou devendo a geladeira,
o fogão”, conta.
O Profissão Repórter também acompanhou audiências públicas
realizadas no Vale do Taquari para discutir o zoneamento de risco e o plano
diretor de sete municípios da região. Marcelo Arioli Heck, pesquisador da
Universidade do Vale do Taquari, contratada pelo governo do estado para
elaborar os planos, explica que é preciso ouvir a população para repensar a
ocupação dos municípios.
As chuvas de maio provocaram 17 mil deslizamentos de terra no
Rio Grande do Sul, 562 deles em propriedades rurais de Nova Petrópolis. No
distrito de Boêmios, o mais afetado, o morador e geólogo Peter Klaus Hillebrand
desenvolveu, junto à Associação dos Descendentes de Imigrantes da Boêmia e à
UFRGS, um projeto piloto de monitoramento. A região agora conta com um
pluviômetro e sensores de solo que enviam dados em tempo real para identificar
o risco de novos deslizamentos e criar protocolos de evacuação.
A capital do Rio Grande do Sul enfrenta desafios um ano
depois da enchente histórica de 2024. O repórter Thiago Jock voltou a Porto
Alegre para mostrar como a cidade vem se recuperando do impacto causado pela
água. Na região metropolitana, moradores de Canoas vivem com medo de novas
chuvas. Os benefícios criados para ajudar os afetados são burocráticos e
demorados, distantes da agilidade que uma situação emergencial exige.
As ilhas do Lago Guaíba, em frente à orla de Porto Alegre,
estão arrasadas. Habitada por pescadores, a região, que naturalmente enfrenta
alagamentos por uma questão topográfica, tornou-se uma zona de grande risco com
o agravamento das crises climáticas. Os pescadores não querem sair, pois
dependem dos peixes, mas convivem com o medo e as lembranças da tragédia de
2024.
O Profissão Repórter vai ao ar na TV Globo, logo depois da
série Os Outros.