No “Provoca” desta terça-feira (06/05), às 22 horas, Marcelo Tas conversa com o artista multimídia Tadeu Jungle, que também
é ex-apresentador do programa musical Fábrica do Som, que foi ao ar na TV
Cultura, em 1983.
O artista fala sobre a exposição “Tudo Pode (perder-se)”, em
cartaz no Espaço de Exposições do Centro Cultural Fiesp, comenta sobre a
importância de sair das telas e viver a vida, além de contar sobre seu passado
como pichador.
“O tempo é a coisa mais preciosa que a gente tem. Tem que
parar (...) tem que parar e ouvir, Tas. A molecada está muito ansiosa. A
molecada está em tela, tela… A tela não é nada. Não é que não é nada, a tela
estará em tudo, a gente vê a proliferação de telas, mas as telas têm que ter um
limite, você tem que vir para a vida. A vida não está na tela. A tela reflete,
a tela comenta, a tela ilumina, a tela te dá ideias, a tela é um monte de
coisas. Mas a vida, a vida é praia, caminhada, amigo, beijo, trepada. Isso é
vida, o resto é tela”, ressalta.
Jungle também fala sobre o Brasil e a forma como a mídia o
mostra. “O Brasil é o maior e o melhor país do mundo. Eu adoro o Brasil. Sou
apaixonado pelo Brasil. Sabe o que eu tenho bronca? (...) eu ouço na rádio:
Isso aqui é o Brasil. Isso é só no Brasil que acontece. O Brasil é genial,
velho (...) é fácil de falar e virar crítico. Você é jornalista, crítico, faz
um negócio levantando alguém em vez de dar porrada. Eu entendo a tarefa da
imprensa, claro, tem que criticar (...) mas levanta uma bola, cara, fala bem de
alguma coisa. Vamos levantar os projetos bacanas, vamos dar a primeira página
de alguma coisa genial e não ficar só falando das [coisas ruins] que
acontecem”, desabafa.
Por fim, no último bloco da atração da TV Cultura, conta sobre seu passado como
pichador. “Não tinha YouTube, então você tinha que fazer coisas. Os muros eram
as nossas telas. Os muros eram telas. E a ideia de você ir, essa coisa proibida
de você fazer sua pichação e, no dia seguinte, passar lá e falar: olha lá, fui
eu que fiz aquela ali. Esse tipo de coisa era muito legal. Era uma diversão”,
explica.