Nesta sexta-feira (06/06), após “Globo Repórter”, ‘Tributo’ homenageia
Francisco Cuoco na TV Globo.
Paulistano que guarda boas lembranças do bairro do Brás, o
ator nasceu em 1933. Sua vocação artística se manifestou ainda na infância,
época em que ele gostava de reproduzir os espetáculos circenses pelos quais se
encantava. A brincadeira virou profissão: fez parte do elenco da companhia
Teatro dos Sete, e passou pelas TVs Tupi e Record, antes de integrar a TV
Globo. “A arte, quando toca o coração, os sentimentos, é insubstituível”,
afirma Cuoco. “Ele foi o maior astro da televisão brasileira e foi fundamental
para estruturar o gosto do brasileiro pela telenovela”, resume o escritor
especialista em dramaturgia, Mauro Alencar, um dos entrevistados do especial.
O ator fez sua estreia na TV Globo em ‘Assim na Terra, Como
no Céu’ (1970), trama de Dias Gomes; e foi com Janete Clair que Cuoco ganhou
diversos protagonistas, que até hoje povoam o imaginário do público. Ele
estrelou as versões originais de ‘Selva de Pedra’, como Cristiano (1972);
‘Pecado Capital’ (1975), na pele de Carlão; e ‘O Astro’ (1977), como Herculano.
“Ele estava na hora certa, no lugar certo e era o ator certo pros personagens
que fez”, defende a amiga e parceira de cena, Elizabeth Savalla.
Outros trabalhos da carreira de Cuoco são ‘O Salvador da
Pátria’ (1989), ‘Cobras & Lagartos’ (2006), ‘A Vida da Gente’ (2011) e
‘Amor à Vida’ (2013). Seu mais recente trabalho em novelas foi em ‘Segundo Sol’
(2018), além de uma participação em ‘Salve-se Quem Puder’ (2022). No cinema, o
ator participou de filmes como ‘Gêmeas’ (1999), ‘A Partilha’ (2001), ‘Cafundó’
(2005) e, mais recentemente, ‘Real Beleza’ (2015). No teatro, Francisco Cuoco
fez parte da primeira montagem de ‘O Beijo no Asfalto’ (1961), texto de Nelson
Rodrigues, além de dezenas de peças que lhe deram prestígio antes mesmo de
estrear na televisão. O ator integrou ainda o elenco dos espetáculos ‘Os Três
Homens Baixos’ (2005), ‘O Último Bolero’ (2006) e ‘Paixão e Morte de um Homem’
(2017), entre outros.
Companheira de cena em obras como ‘Pecado Capital’ (1975) e
‘Duas Vidas’ (1976), Betty Faria relembra, no episódio, um dos diferenciais de
Chico – como Francisco é carinhosamente chamado pelos amigos mais próximos e
admiradores – entre os atores de sua época. “Eu acho que a contribuição foram
os valores morais dele, de saber que sucesso é igual a uma onda – que cresce e
quebra na praia. Tem fases que está lá em cima e tem fases que está lá embaixo.
Ele já veio com essa consciência”, reflete a atriz.
Ângelo Paes Leme, com quem Cuoco estrelou a peça ‘Uma Vida no
Teatro’ (2013), também compartilha sua admiração pela habilidade cênica do
veterano.
Com imagens de arquivo e depoimentos de amigos e familiares,
‘Tributo’ costura a trajetória que fez dele um astro nacional. Aos 91 anos, Cuoco
reflete sobre seu ofício: “O ator nunca está completo. Há sempre algo que lhe
falta. Ser ator é viver num estado de desamparo permanente, que só cessa no
encontro com o outro”.
‘Tributo’ é uma série Original Globoplay e TV Globo com
redação de Nathalia Oliveira, Carlyle Junior e Lalo Homrich; direção artística
de Antonia Prado; direção de Matheus Malafaia e Marcos Nepomuceno, produção de
Elaine Sá, produção executiva de Fernanda Neves e direção de gênero de Claudio
Marques.