A CEO da COP30, Ana Toni, alerta que a crise climática é um
acelerador de pobreza e desigualdade, com efeitos mais severos sobre as
populações vulneráveis. Em entrevista às analistas Isabel Mega e Larissa
Rodrigues, no CNN Entrevistas deste sábado (07/06), às 21 horas, ela defendeu
que a conferência no Brasil seja uma tradução concreta desses impactos.
“Mudança do clima não é um tema ambiental somente, ele é um
tema social e um tema econômico. E eu acho que a gente tem que traduzir isso na
nossa COP. Por isso, fico contente que vamos ter uma cúpula em Belém porque é
uma cidade real, com problemas reais da população mais vulnerável”, afirma na
atração da CNN Brasil.
Toni também destaca o papel do setor privado diante do novo
cenário de adaptação climática. Para ela, há oportunidades econômicas ligadas à
resiliência da agricultura, à inovação em irrigação e ao desenvolvimento de
sementes mais resistentes. “O setor privado pensa sempre muito mitigação,
hidrogênio verde, painéis solares, o que é ótimo. Mas a gente, infelizmente, já
chegou em um momento de adaptação, e o setor privado também terá oportunidades
econômicas”, explica.
Outro ponto enfatizado por Toni foi o fortalecimento do
multilateralismo por meio do esforço coletivo impulsionado pela conferência
global do clima e pelo Acordo de Paris. “As COPs viraram a o maior evento das
Nações Unidas. Isso mostra que a mudança do clima traz essa união entre todos”,
observa.
A CEO reconhece o impacto negativo causado pela saída dos EUA
do Acordo de Paris, mas reforçou o compromisso do Brasil com os demais países. “É
uma pena, lógico que tem consequência, um país tão importante, é tão rico.
Então, a nossa disposição como presidência da COP é continuar o trabalho muito
duro, muito difícil, unidos com os outros 197. E é assim que a gente vai
trabalhar para a COP30”, frisa.