O “Globo Repórter” desta sexta-feira (22/08) conta as
histórias de quem conseguiu equilibrar os efeitos da dopamina e transformar a
rotina com novos hábitos. O programa traz reportagens de Jean Raupp e Philipe
Guedes.
O jornalístico entrevista o doutor em Saúde Luciano Henrique
Pinto, orientador de pesquisas de mestrado na Universidade de Joinville, em
Santa Catarina, sobre comportamento e tecnologia. A dopamina é uma
substância liberada pelo cérebro que está relacionada à motivação, tanto para
hábitos saudáveis quanto para comportamentos viciantes, o que Luciano chama de
dopamina “barata”. “A dopamina saudável contribui para o bem-estar e pode
combater a ansiedade e a depressão. Por outro lado, a dopamina barata leva ao
estímulo exagerado, à busca constante pela sensação de prazer, o que pode gerar
ansiedade e depressão. A grande questão da dopamina barata é que ela dá uma
resposta rápida, uma sensação de euforia, mas seu efeito também é passageiro”,
explica.
O repórter Jean Raupp acompanha uma atividade promovida pelo
professor Luciano e pela equipe de pesquisadores do curso de Medicina, que
alerta alunos do último ano do Ensino Médio de uma escola em Santa Catarina
sobre os riscos do cigarro e das redes sociais. O projeto já envolveu mais de
500 estudantes.
A dependência tecnológica foi tema do doutorado de Sheila
Niskier, da Universidade de São Paulo. Questionada sobre o motivo de se falar
tanto em dopamina atualmente, ela destaca a relação do brasileiro com o tempo
de tela. “O Brasil é o segundo país do mundo que mais passa horas na
internet. Só nas redes sociais, são 9 horas e 13 minutos por dia. É muito
tempo, praticamente um dia inteiro, se você considerar as pausas para banho,
refeições e sono, sem usar o celular. O número de horas pode não ser um
indicador absoluto de uso problemático, mas só se você realizar outras
atividades também”, afirma.
Na reportagem de Philipe Guedes, uma pesquisa da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte investiga o comportamento humano por meio da
relação entre jogos eletrônicos, sonhos e dopamina. O repórter entrevista o
neurocientista, biólogo e escritor Sidarta Ribeiro, que explica a liberação de
dopamina durante o sono dos sonhos e sua ausência como uma das principais
características da doença de Parkinson, que afeta os movimentos do corpo.
“Quando há problemas no sistema dopaminérgico, como na doença
de Parkinson, ocorrem alterações no sono dos sonhos. A dopamina é usada para
motivação, para que a pessoa tenha o desejo de se mover em determinada direção,
realizar uma ação ou evitar um estímulo aversivo”, explica Sidarta, que
também é chefe do Laboratório de Sonhos, Sono e Memória do Instituto do
Cérebro. Seus estudos também relacionam a falta de dopamina à depressão.
O programa destaca que a busca incessante por recompensas e
gratificações pode estar presente em diversas situações corriqueiras, como o
ato de comer ou trabalhar. Ao mesmo tempo, “Globo Repórter” enfatiza que, em
doses saudáveis, estimulada por atividades físicas, pequenas conquistas e
momentos de lazer consciente, ela atua como uma aliada do bem-estar, e não como
algo a ser evitado.
O
Globo Repórter vai ao ar na TV Globo, logo após Vale Tudo.