Nesta segunda-feira (25), a TV Brasil reexibe, às 23h, o
episódio do programa Caminhos da Reportagem, que tem como tema “AVC, cada
minuto importa”. A produção foi exibida pela primeira vez em 4 de novembro de
2024. Neste ano, venceu a categoria online do II Prêmio Boehringer Ingelheim de
Jornalismo. A atração jornalística destaca a importância de reconhecer os
sinais de alerta do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e buscar ajuda o mais
rápido possível.
Ao programa, o médico cardiologista Roberto Kalil Filho
afirmou que quase 20 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência
dessa enfermidade. “O colesterol alto, o diabetes, a hipertensão arterial e o
sedentarismo são alguns dos fatores de risco para ambas as condições, tanto o
infarto quanto o AVC”, observa. Com medidas de prevenção adequadas, 90% dos
casos de AVC podem ser evitados.
O Caminhos da Reportagem também compartilhou a história do
jovem Yago Ribeiro, que sofreu um AVC aos 24 anos. Morador do Distrito Federal,
o rapaz é hipertenso e estava sem tomar os medicamentos para controle da
pressão arterial. No dia em que teve o AVC, estava bebendo com amigos. Foi
levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não recebeu o diagnóstico
correto.
“Eles me mandaram para casa, e fui perdendo os movimentos. Um
dia comecei a deixar as coisas caírem no banheiro, minha mãe estranhou. No
outro, comecei a não falar coisa com coisa, e no seguinte, caí no banheiro e
não conseguia me levantar, o lado direito não respondia", conta.
Foram 15 dias até o diagnóstico correto e a cirurgia para
tratar o AVC hemorrágico. Yago passou por sessões de reabilitação e,
atualmente, pratica paracanoagem em um hospital especializado.
Já a médica neurologista do Hospital de Base, Leticia
Rebello, vice-presidente da Sociedade Brasileira de AVC, explicou que a janela
para a trombólise endovenosa é de quatro horas e meia após o início dos
sintomas. “Por isso, somos tão enfáticos em dizer que ‘tempo é cérebro’. Quanto
mais tempo passa, pior é o prognóstico”, reforça.
O neurocirurgião Bruno Parente afirmou que a trombectomia
representou um grande avanço no tratamento do AVC nos últimos dez anos. “É um
procedimento que consiste em alcançar o trombo que obstrui uma artéria cerebral
e, por meio de um cateter ou de um stent, retirar esse trombo, permitindo que a
artéria volte a oxigenar o cérebro”, revela. O procedimento foi incorporado ao
SUS, mas ainda são poucos os hospitais no país que o realizam pelo sistema
público.
Larissa Martins, do Rio de Janeiro, também é uma
sobrevivente. Aos 20 anos de idade, sofreu um AVC e recebeu atendimento em um
hospital público. Voluntária da Associação dos AVCistas, busca alertar sobre a
falta de informação a respeito do tema na sociedade. “O meu sonho é voltar
a mexer o meu braço, e, cada vez mais, levar essa conscientização sobre o AVC
para vários lugares e, assim, salvar mais vidas”, finaliza.