O
documentário We Want the Funk! - A História da Funk Music estreia nesta
segunda-feira (10/11), às 21h20, no Curta!, e faz parte da programação especial
do canal no Mês da Consciência Negra.
O
documentário, que leva o nome de uma música de George Clinton, é uma produção
da PBS, com direção de Stanley Nelson e Nicole London. Com depoimentos de
artistas, historiadores e até médicos que estudam os efeitos da batida do funk
no corpo humano, a obra traz imagens de arquivo, de bailes e shows, além de
registros de eventos históricos que influenciaram e foram influenciados pelo
gênero, com entrevistas com nomes como David Byrne (Talking Heads), Questlove
(The Roots), Robert Bell (Kool & the Gang), além do próprio George Clinton
(Parliament-Funkadelic), que ajudam a contar a história.
‘Say it
loud. I’m black and I’m proud. (Diga alto. Sou preto e tenho orgulho!)’, cantou
o ícone James Brown, em canção que se tornaria um hino da funk music e dos
movimentos negros do século XX.
A obra
aborda o papel da cultura no pós-guerra, como reconstrução dos ânimos. Num país
marcado pela segregação e agressões raciais, os artistas negros eram obrigados
a suavizar suas manifestações. Pouco a pouco, ao lado do Black Power, dos
Panteras Negras e das passeatas pelos direitos civis, foram se libertando.
‘Você ouve a
música e pensa que ela é só para dançar, mas num momento de mudanças e
alternância política, e novas formas de luta, ela também transmite uma mensagem
para essa mobilização popular de pessoas negras protestando nas ruas’, comenta
a historiadora Donna Murch sobre a música Dancing in the street, single do
grupo Martha and the Vandellas.
‘Como o povo
deste país não permitia que a gente expressasse qualquer emoção, a música era
nossa terapia. Então quando dizem que o funk é liberdade, é disso que se
trata’, afirma o músico Questlove.
A obra
ressalta o contexto que ajudou a música a florescer, com a migração do sul
racista para o norte industrial, mudando a vida das populações negras. ‘O funk,
por si só, é uma essência de energia. Você está livre de todas as regras, é
fácil falar o mesmo idioma. Não é só universal, é interplanetário’, afirma
George Clinton.