Neste sábado (23/08), às 21h05, a GloboNews exibe um programa
especial sobre o primeiro genocídio do século XX. A repórter Leila Sterenberg
vai à Namíbia para contar no “GloboNews Documento” o extermínio dos povos
Herero e Nama pelos alemães, crime que parece esquecido pela história mundial.
Cometido entre 1904 e 1908 na Namíbia, à época colônia alemã, o genocídio teve
a chancela do poder imperial, mas acabou se tornando uma verdade inconveniente
demais no período em que a região foi dominada pela África do Sul, depois da
Primeira Guerra Mundial.
Leila Sterenberg vai a um terreno descampado na cidade de
Lüderitz e visita uma cova coletiva. Não há como precisar quantos corpos estão
enterrados ali. Estima-se que pelo menos 10 mil pessoas da etnia Nama foram
mortas na guerra contra os alemães colonizadores e nos campos de concentração e
extermínio.
Mais de um século depois, o drama ainda está vivo. Na
Alemanha, deputados querem que o governo reconheça oficialmente que cometeu um
genocídio e faça as compensações devidas. No país africano, os descendentes de
sobreviventes têm que decidir, por exemplo, o que fazer com crânios que haviam
sido enviados a Berlim para supostas experiências científicas e que agora
retornam à Namíbia.
A Namíbia só conquistou sua independência em 1990 e hoje, 110
anos depois do extermínio, tenta se tornar uma democracia em todos os sentidos
– inclusive racial. Para os historiadores, diversos elementos usados pela
Alemanha nesta “guerra” colonial foram empregados décadas depois pelo regime
nazista. Eles consideram a Namíbia um caso ímpar entre as chamadas colônias de
povoamento: em várias partes do mundo houve populações dizimadas, mas na
Namíbia as mortes não foram mero resultado de embates com colonos ou epidemias.