Ganho de peso, dificuldade de memória e concentração,
irritação, cansaço, queda da imunidade e diminuição no rendimento do trabalho
são apenas alguns dos transtornos causados pela privação de sono. O “Globo
Repórter” desta sexta-feira (12/09) mostra o que pode ser feito para mudar a
vida de quem sofre com as consequências de noites mal dormidas.
A repórter Beatriz Castro vai a Porto Alegre, São Paulo, Rio
de Janeiro e Natal e mostra dados expressivos. Os brasileiros dormem cada vez
menos e mais da metade da população apresenta problemas de sono. Em São Paulo,
a maior cidade do país, oito em cada dez moradores sofrem com isso.
O programa traz histórias de brasileiros que trocam o dia
pela noite para trabalhar, como é o caso do taxista Francisco. Na praça há 30
anos, chegou a pesar mais de 100 quilos. Com diabetes e altas taxas de
colesterol, ele precisou encarar uma reeducação alimentar rigorosa e passou a
praticar exercícios físicos.
Cada vez mais, há quem recorra ao uso de remédios para
dormir. Os especialistas alteram para o perigo, uma vez que esse tipo de
medicação gera dependência. Uma pesquisa do Instituto do Sono em parceria com a
Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFIESP) aponta que as mulheres
apresentam três vezes mais insônia do que os homens, e que a meditação pode ser
uma alternativa para eliminar o uso de tranquilizantes e indutores do sono.
Durante pouco mais de um ano, um grupo de mulheres dependentes de medicação
para dormir foi acompanhado por médicos e instrutores de meditação. O resultado
é animador: 75% das mulheres conseguiram eliminar totalmente o uso de remédios.
Os adolescentes também merecem uma atenção especial do
programa, já que dormem mais. Eles precisam de mais horas de sono, pois estão
em desenvolvimento físico. Além disso, é à noite que o hormônio do crescimento
é liberado, protegendo os ossos, produzindo massa muscular e reduzindo a
gordura corporal. Diante disso, uma escola em São Paulo decidiu trocar os
horários das aulas dos adolescentes do turno da manhã para tarde. A resposta
foi positiva e reduziu em mais da metade o número de atrasos e faltas.
Já uma pesquisa desenvolvida pelo InCor, da USP, em parceria
com a Universidade de Surrey, da Inglaterra, analisa quem tem mais qualidade de
vida: quem vive no interior ou na correria de uma cidade grande. O estudo
compara o sono dos moradores de São Paulo e Baependi, em Minas Gerais. Os dados
preliminares mostram que os moradores do interior têm o relógio biológico mais
sincronizado com o ciclo de claridade do sol e que isso faz com que eles tenham
um sono de melhor qualidade do que quem vive na cidade grande.