Qual seria o custo necessário para recuperação de um dos
biomas mais devastados do Brasil? O “Repórter Eco” deste domingo (19/10), às
17h30, na TV Cultura, exibe uma matéria que mostra o estudo desenvolvido por dois
pesquisadores brasileiros que calcularam o valor necessário para
reflorestamento da Mata Atlântica.
Publicada na revista Science, a pesquisa foi realizada pelos
biólogos Jean Michel Metzger e Renata Pardini, do Instituto de Biociências da
Universidade de São Paulo, em um trabalho que lhes rendeu 10 anos de análise de
dados coletados em propriedades rurais do interior de São Paulo. Eles
verificaram que o valor anual para recuperação da Mata Atlântica sairia por
menos de 0,01% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Isto equivaleria a,
numericamente, R$ 445 milhões de reais.
De acordo com um limite estabelecido pelos pesquisadores, a
área mínima de mata que precisa ser preservada para manter espécies animais
essenciais é de 30%. A professora de zoologia Renata Pardini explica que quando
a cobertura vegetal chega a esta condição há uma mudança abrupta da fauna, em
que proliferam espécies de roedores e pragas que transmitem doenças. Assim, a
proposta inicial é de reflorestar propriedades rurais que tenham, ao menos, 20%
de cobertura vegetal para que atinjam o índice minimamente necessário para
recuperação da floresta.
Para o biólogo Jean Paul Metzger, os resultados da pesquisa
podem acrescentar na discussão acerca da revisão do novo Código Florestal que,
segundo ele, permite brechas para o desmatamento.
O programa também traz uma matéria com novas descobertas
sobre a capacidade da inteligência animal. Em um estudo do Instituto de
Pesquisas Amazônicas (Inpa) com a ONG norteamericana Wildlife, pesquisadores
constataram que tartarugas do Rio da Amazônia já desenvolvem sua vocalização
antes mesmo de seu nascimento, dentro do ovo, como modo a estabelecer uma
estratégia de desova coletiva.
Por fim, o “Repórter Eco” tem em sua pauta os fósseis de
pterossauros encontrados no município de Cruzeiro do Sul, na região sul do
país. A espécie réptil está entre os primeiros vertebrados a desenvolver o voo
ativo. Descoberto em 1971, o material só veio a ser analisado e identificado em
2011 por um pesquisador do Centro Paleontológico da Universidade do Contestado
(SC). O animal recebeu o nome de Caiuajara Dobruskii.