O diretor de núcleo Roberto Talma morreu na madrugada de
hoje, dia 23 de abril, no Rio de Janeiro, aos 65 anos, em decorrência de
insuficiência renal crônica e doença arterial coronariana. Roberto Talma estava
internado no Hospital Samaritano, zona sul do Rio, desde o dia 02 de março.
Roberto Talma Vieira nasceu no dia 29 de abril de 1949, em
São Paulo. Sua família era proprietária de um circo no interior do estado. A
mãe era bailarina e o pai trabalhou na televisão como coordenador de
programação da TV Rio. Começou a carreira profissional aos nove anos, na TV
Record paulista, no programa “A Grande Gincana Kibon”, onde se apresentava com
um grupo de sapateado.
No início da década de 1960, mudou-se com a família para o
Rio de Janeiro, trabalhou durante algum tempo na TV Rio, passando também pela
TV Excelsior e pela TV Tupi, até ser contratado pela Globo, no dia 1º de abril
de 1969. Nessa época, além do trabalho na televisão, Talma também fazia
incursões na música e no teatro, apresentando-se com um conjunto musical e
atuando em algumas peças.
Na Globo, Roberto Talma começou como operador de videoteipe,
participando do núcleo de jornalismo da emissora, em telejornais como o Jornal
Nacional, o Jornal Hoje e o Jornal da Globo. Também fez parte da primeira
equipe do Fantástico, em 1973, e editou programas como o Globo Repórter e, na
linha de shows, o Globo de Ouro.
No início da década de 1970, foi transferido para o núcleo de
dramaturgia. Seu primeiro trabalho com novela foi “Selva de Pedra” (1972), de
Janete Clair, dirigida por Walter Avancini. A parceria entre os dois durou oito
anos, e Talma atuou como editor, assistente de direção e codiretor. Nesta
época, Roberto Talma também codirigiu novelas com Paulo Ubiratan. Em 1975, foi
convocado por Walter Avancini para ser o diretor principal de “O Grito”, de
Jorge Andrade.
Em 1976, logo depois de dirigir “Saramandaia”, de Dias Gomes,
voltou para a TV Tupi. Durante 11 meses dividiu com Gilberto Motta a direção do
programa “São Paulo, Túmulo do Samba” (1977), espécie de documentário musical
escrito por José Ramos Tinhorão, sob a supervisão de Maurício Sherman. Ao
retornar para a Globo, assumiu a direção de shows no “Fantástico”, ficando
responsável pela produção e direção dos clipes musicais semanalmente
apresentados no programa.
No final dos anos 1970, transferiu-se para a TV Bandeirantes,
onde dirigiu o programa “Rosa e Azul”, com Débora Duarte e Antônio Marcos. Seis
meses depois, convocado por Walter Avancini para dirigir a novela “Pai Herói”
(1979), de Janete Clair, e “Água Viva” (1980), de Gilberto Braga, voltou à
Globo. Em ambas ocasiões trabalhou ao lado de Paulo Ubiratan, com quem
dividiria a direção de várias novelas de grande sucesso na década de 1980, como
Coração Alado (1980), de Janete Clair; Baila Comigo (1981), de Manoel Carlos; Jogo
da Vida (1981), de Silvio de Abreu, Sétimo Sentido (1982), de Janete Clair, e Sol
de Verão (1982), de Manoel Carlos.
Como diretor
executivo, cuidou de novelas como Brega & Chique (1987) e Que Rei Sou Eu?
(1989), ambas de Cassiano Gabus Mendes; Rainha da Sucata (1990), de Silvio de
Abreu; e De Corpo e Alma (1992), de Gloria Perez. Na década de 1990, foi
responsável por diversos Casos Especiais e episódios do interativo Você Decide
(1992), além do humorístico Casseta e Planeta, Urgente! (1994) e da criação de Malhação
(1995).
Em 2012, Roberto Talma
assumiu a direção de núcleo da novela Gabriela e, em 2013, o seriado Pé na Cova.
No mesmo ano, Roberto Talma produziu o filme Dores de Amores, com direção de
Raphael Vieira.
O velório acontecerá no sábado, 25, a partir das 11h, no
Memorial do Carmo, no Caju. A cremação ocorrerá no mesmo dia, às 15h, em cerimônia
reservada à família. Roberto Talma deixa 3 filhos: Raphael Bethlem Vieira,
Stephan Borges Vieira e Matheus Faloppa Vieira.