No programa “É Notícia” desta madrugada de domingo
(24/05) para segunda-feira (25/05), à 0h30, pela RedeTV!, a apresentadora
Amanda Klein recebe o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB). Durante a
conversa, o convidado disse que a oposição e o Congresso impediram a presidente
Dilma Rousseff de governar desde o início de seu segundo mandato. "A
presidente Dilma está buscando começar o segundo mandato porque, desde o
primeiro dia existia claramente uma tentativa de não permitir que ela
governasse", diz. Para ele, "o bom senso nas Casas está
voltando", mas as movimentações políticas pelo impeachment de Dilma e
algumas medidas do Congresso "atentaram a governabilidade."
O paraibano, que está em seu segundo mandato consecutivo como
governador, ainda falou que a aprovação do ajuste fiscal pelo Congresso é fato
consumado. "Não tem para onde correr, infelizmente. Eu estou sentindo na
pele, como qualquer outro gestor público, o que significa retração da economia.
O equilíbrio de contas vai ter que haver e já está ocorrendo. A grande questão
é que se está só olhando para a redução dos gastos que pegam uma fatia da
população e é preciso pensar na fatia que tem o poder aquisitivo maior",
revela.
Coutinho avaliou que a meta de superávit primário de 1,1% do
PIB é muito alta. "Acho muito difícil se conseguir, a não ser que você
tenha uma quebradeira, sem querer ser catastrófico. Vai ser ruim para todo
mundo", observa. Segundo ele, há risco de se aprofundar a recessão. Ele
exemplificou o problema citando o setor da habitação. "É preciso olhar com
um cuidado maior a questão dos cortes nessa área", afirma.
Já sobre o encontro que teve na quarta passada (20) com
Eduardo Cunha, Renan Calheiros e outros governadores, Coutinho comenta que os
presidentes da Câmara e do Senado fizeram gestos importantes para a construção
de uma pauta conjunta. "O tema principal é o pacto federativo. O Brasil é
uma federação de direito, mas não é de fato. É uma federação de mentira, porque
até para um estado como São Paulo - que numa federação deveria ter autonomia
garantida - para pegar um financiamento, precisa de autorização da União. Além
disso, a receita é hiperconcentrada e foi ficando cada vez mais",
defende.
Para finalizar sobre a possível fusão do seu partido, PSB,
com o PPS, Coutinho explicou que o assunto ainda está em discussão. "O
partido tem olhado isso um pouco mais devagar porque não se faz uma fusão de
dois partidos com histórias importantes numa única reunião de executiva.
Precisamos ter cuidado porque não é você juntar 10 com 37, dá 47 e está tudo
bem. Uma fusão requer o seguinte: qual o pensamento político? Isso o que eu
quero saber", indaga.