Angola, Moçambique e Cabo Verde são alguns dos territórios
africanos que sofreram com a colonização dos portugueses. Antes mesmo de Pedro
Álvares Cabral pisar em solo brasileiro no ano de 1500, a África já era um
local utilizado pela realeza de Portugal. O “Caminhos da Reportagem” desta
quinta-feira (25/06), às 22h, na TV Brasil, viajou até esses países para
conhecer de perto a memória da população que durante muito tempo lutou em busca
de liberdade.
Mesmo com a proclamação da independência, Angola e Moçambique
viveram longos anos reféns da guerra civil. O escritor Mia Couto conta como foi
participar da luta pela independência de seu país, e a dificuldade para
enfrentar a guerra. "Foi um tempo tenebroso e terrível. Esse país ficou
partido, paralisado. A ausência de tudo se durar um mês já é muito, mas se dura
16 anos, foi o período que durou a guerra”, analisa o escritor.
A repórter Ana Graziela Aguiar conversa com Maria Eugénia
Neto, viúva de Agostinho Neto, um dos fundadores do Movimento Popular de
Libertação de Angola (MPLA) e o primeiro presidente do país independente. Ela
relembra o principal momento da Angola, quando tornou-se uma nação livre.
"A alegria foi tão grande, de Agostinho e do povo. Mas como um poeta, que
idealizou, esperou, aguentou, construiu, foi uma felicidade enorme ver esse
sonho realizado", diz.
Cabo Verde não foi palco de guerra interna após se libertar
do domínio português. Hoje é um dos países que mais envia estudantes ao Brasil.
O ex-presidente Pedro Pires, que também participou do processo de
descolonização, afirma que a região está bem diferente do que era há 40 anos.
"Do ponto de vista econômico e social, o país cresceu, há novas gerações,
pessoas com mais formação, mais instruídas. Portanto, tudo é completamente
diferente do dia da independência", destaca Pedro.
O Caminhos da Reportagem retrata os desafios que esses
territórios enfrentam para se reestruturar quatro décadas depois das guerras
coloniais.