O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, foi o
convidado do programa "Mariana Godoy Entrevista" na última
sexta-feira (25/09) pela RedeTV!. Durante a entrevista o ministro afirmou ser
contra o financiamento privado de campanhas políticas e disse acreditar que
muitas críticas feitas contra a presidente Dilma resultam da intolerância e do
machismo.
A apresentadora Mariana Godoy quis saber se a convocação do
ex-presidente Lula para ser ouvido sobre denúncias na Operação Lava Jato seria
um indicativo de problema, algo que Edinho refutou. "Ele foi convidado
como testemunha, não como investigado. Não há nenhum motivo para ele ser
investigado", afirmou o ministro.
Citado na Operação Lava Jato pelo dono da empreiteira UTC,
Ricardo Pessoa, Edinho disse que, quando entrou na campanha da presidente
Dilma, sua função era "blindar" a campanha em meio a tantas
denúncias. "No final da campanha, eu entrei no processo de aprovação de
contas, todas as contas da presidente Dilma foram auditadas e aprovadas
por unanimidade. Desta forma, por que esse empresário me cita? Ele estava em
processo de delação premiada e precisava oferecer ao Ministério Público algo
que pudesse amenizar sua pena. Eu, pessoalmente, nunca entendi essa declaração
(....) Conversei com dezenas de empresários e nenhum deles fez questionamentos
em relação a minha postura (...) Quem mais deseja que este processo seja
esclarecido sou eu mesmo", disse.
O jornalista Mauro Tagliaferri quis saber como saber como são
feitas as campanhas de arrecadação de fundos para as campanhas
eleitorais. "A minha forma de arrecadação era defender o que já
havia sido feito, e se um empresário quisesse que as coisas continuassem, teria
que doar", disse o ministro. Segundo Edinho, o empresário Ricardo Pessoa
também doou para outras campanhas.
Sobre o financiamento privado, Edinho disse que é contra.
"Se você pegar as minhas declaração, desde antes de ser ministro, você vai
ver que eu sou contra", afirmou.
Já sobre o ajuste fiscal, Edinho disse que não é possível
saber se o projeto será aprovado ou não, já que ele nem foi discutido. A
respeito de um anúncio de reforma ministerial, e os acordos feitos para
ministérios, Edinho defendeu que os acordos sao parte do diálogo, da tradição
política. "Não existe chantagem. O que temos que entender: a Constituição
de 1988 criou um modelo presidencialista que é híbrido, é quase parlamentarismo.
Nós somos presidencialistas, mas o Congresso tem muita força. É impossível
governar sem dialogar com o Congresso Nacional", afirma. Segundo o
ministro, o objetivo deste diálogo é favorecer os interesses da sociedade.
O ministro revelou ainda que o humor da presidente Dilma não
está abalado, mesmo com as críticas. "Acho natural que as críticas
ocorram, mas não concordo com a intolerância, com o machismo. Duvido que se
fosse um homem sentado na presidência iria sofrer o que ela está
sofrendo", afirmou.
Edinho disse que a "economia não é uma ilha" e
citou exemplos de outros países que também esperam fechar as contas em vermelho
para explicar que a situação brasileira está longe de uma "crise
profunda". "O governo está tomando medidas para que o Brasil supere essa
crise", disse.
Sobre as pedaladas fiscais, o ministro disse que o Tribunal
de Contas União deve opinar de acordo com a jurisprudência, e, para Edinho, a
jurisprudência mostra que não há irregularidades nas contas do governo.
"Acredito que iremos superar este momento. Mesmo que o TCU não dê um
parecer positivo, quem aprova as contas é o Congresso. Então não podemos nos
desesperar neste momento".
Edinho, que foi jogador de futebol da Ferroviária de
Araraquara (SP), é corintiano e teve a promessa de Mariana Godoy de que
receberá uma camisa da equipe paulista de presente. A jornalista se comprometeu
a enviar o presente a Brasília.