O ator Antonio Fagundes é o próximo convidado do “Persona em
Foco”, programa da TV Cultura que vai ao ar nesta terça-feira (24/11), às
23h30, com apresentação de Atilio Bari e roteiro de Analy Alvares, coordenadora
de dramaturgia da emissora.
Na atração, que tem como entrevistadores convidados o
jornalista Robson Borges e o ator e produtor José Roberto Simões, o ator
Antonio Fagundes, aos 66 anos, conta passagens dos seus 50 anos de carreira.
Fagundes fala que seu primeiro espetáculo foi A Ceia dos
Cardeais, de Júlio Dantas, no Colégio Rio Branco. Ficou tão empolgado com o
resultado que montou um grupo de teatro no colégio e chamou para dirigir Afonso
Gentil, que resultou na montagem de Os Fuzis da Senhora Carrar, de Bertold Brecht.
O ator conta que sua estreia profissional foi no Teatro de
Arena, no espetáculo Farsa com Cangaceiro Truco e Padre, de Chico de Assis e
com direção de Afonso Gentil. No Teatro de Arena, trabalhou com Augusto Boal,
Gianfrancesco Guarnieri, Paulo José, entre outros, e participou de montagens
históricas como Arena Conta Tiradentes e A Resistível Ascensão de Arturo Ui.
Ele revela que sempre quis fazer televisão. Mas o fato não
era bem visto pelos seus companheiros do Teatro de Arena, que tinham uma
posição mais engajada no teatro, voltada para a análise e discussão da
realidade brasileira. “Fazer televisão naquela época era quase uma afronta”,
explica.
O artista relembra que sua primeira experiência na televisão
foi na TV Cultura, com direção de Alfredo Mesquita, em 1969, em A Sopa. Na
Tupi, trabalhou em alguns capítulos de Antônio Maria (1968). Participou ainda
da primeira versão de Mulheres de Areia (1972), de Ivani Ribeiro, e interpretou
o seu primeiro protagonista em O Machão, da mesma autora, inspirada na peça A
Megera Domada, de Shakespeare.
Sobre sua fase na TV Cultura, conta que fez inúmeros
teleteatros sob a batuta de diretores consagrados, dentre eles Antunes Filho e
Antônio Abujamra. Também relembra o Mundo da Lua e o É Proibido Colar. “Eu
sempre gostei de trabalhar na TV Cultura. Fiz muitos teleteatros com excelentes
diretores e ótimos textos. O teleteatro é importante por que dá possibilidade
de testar novos atores”, afirma.
Na TV Globo desde 1976, trabalhou em mais de 40 tramas da
emissora, entre novelas, séries, minisséries e projetos especiais. Criou
personagens memoráveis que entraram para a história da televisão brasileira,
como o inseguro Cacá, de Dancin Days; Bruno Mezenga, em O Rei do Gado; e o
Pedro, de Carga Pesada.
Na sua trajetória teatral, Fagundes realizou um dos maiores feitos do teatro
brasileiro: a Companhia Estável de Repertório (CER), que durante 10 anos
produziu grandes espetáculos que conquistaram o público e a crítica, além de
diversos prêmios.
No Persona em Foco, o artista explica que o primeiro
espetáculo da companhia foi O Homem Elefante, de Bernard Pomerance, com direção
de Paulo Autran. E que a companhia realizou 10 espetáculos, incluindo Morte
Acidental de um Anarquista, de Dario Fo; Xandú Quaresma, de Chico de Assis; e
Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, que lhe rendeu o Prêmio Moliere de
melhor ator.
O programa conta com depoimentos de amigos e profissionais,
como Suzy Rego, Lucia Capuani, Walter Breda, Ulysses Cruz e Afonso Gentil.