O programa “Revista do Cinema Brasileiro” abre a edição desta
quarta (27/04), às 23h30, na TV Brasil, com uma matéria sobre a comédia “Os
Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood” prevista para entrar em cartaz em
2017. No estúdio do programa, a apresentadora Natália Lage recebe o múltiplo
cineasta Pedro Asbeg – documentarista, roteirista, diretor e montador – para um
bate-papo sobre suas obras audiovisuais como os premiados filmes “Democracia em
preto e branco” e “Geraldinos”, além do projeto atual, ainda inédito, “América
Armada”.
A visita ao set de “Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a
Hollywood” revela as dificuldades enfrentadas pelos artistas circenses e
desperta a curiosidade das crianças de hoje, que pouco ou nunca foram
acompanhar uma apresentação no picadeiro. A equipe de reportagem foi até a
escola de circo do ator Marcos Frota onde conversou com os trapalhões Renato
Aragão e Dedé Santana e com os atores Roberto Guilherme e Letícia Colin.
Inspirada no sucesso de 1981 com os saudosos Mussum e
Zacarias, nona bilheteria nacional, a nova trama é uma espécie de continuação
do filme original. Ela traz de volta os personagens imortalizados no clássico
que foi um fenômeno de vendas e atraiu 5,2 milhões de pessoas aos cinemas.
Além da conhecida trilha sonora, a nova versão conta com uma
música inédita de Chico Buarque, “Amor Natural”, canção que se junta ao animado
repertório que encanta gerações nas telonas e nos palcos. “A ideia não foi
minha, veio do teatro”, conta o eterno Didi Mocó. “Não é remake, é um novo
filme dos Trapalhões com as mesmas músicas”, ressalta Aragão.
No estúdio do Revista, o cineasta Pedro Asbeg conversa com
Natália Lage sobre sua produção cinematográfica que tem dois assuntos
fundamentais para entender o Brasil contemporâneo: futebol e política.
Um dos filmes é “Democracia em Preto e Branco” que este mês
conquistou o prêmio Thinking Football 2015 na Europa ao abordar o movimento
Democracia Corintiana. “Os jogadores passaram a votar e decidir certos temas do
cotidiano deles. Ao longo desse processo que durou cerca de dois anos e meio,
os atletas perceberam que eles tinham um papel importante dentro da sociedade”,
analisa o diretor.
Pedro também comenta o premiado documentário “Geraldinos”,
realizado com Renato Martins, que ganhou o Cinefoot na categoria Longa-Metragem
e foi reconhecido na Mostra de Tiradentes pelo Júri Popular. “O filme começou
em 2005. Levamos nove anos para retomar o projeto. Depois da obra que acabou
com a geral, foi feita uma nova obra que acabou com o Maracanã. A gente
resolveu tratar não só da geral e do estádio, mas daquilo como um símbolo do
que estava acontecendo com a cidade”, explica.
O cineasta ainda fala de “América Armada”, seu novo trabalho.
“Ele trata do problema da ausência do estado e do nascimento de poderes
paralelos na Colômbia, no México e no Brasil. A ideia é mostrar como a
violência se banalizou e ao mesmo tempo como os três países vivem realidades
muito distintas.
Na sequência, a pauta é o documentário “Xingu Cariri Caruaru
Carioca”, de Beth Formaggini. O longa percorre o interior brasileiro em busca
das raízes do pífaro, instrumento considerado irmão da flauta, mas que já
existe no pais desde antes da chegada dos europeus. Nessa viagem, a cultura
popular se encontra com a música pop. Entre os entrevistados estão a diretora
do filme e o músico Carlos Malta, autor do argumento do documentário.
O longa de ficção “Jogo da Memória” também ganha destaque no
programa desta semana. A profundidade psicológica e filosófica são as marcas da
produção que mistura drama e suspense. No longa de Jimmy Figueiredo, os
viciados no jogo são bons em relembrar fatos do passado, mas também são bons em
esquecer o que não interessa.
Em outra matéria da atração, os diretores Dante Vescio e
Rodrigo Gasparini contam como atraíram os olhares de empresários paulistas que
viram no filme “O Diabo Mora aqui” uma oportunidade para divulgar suas marcas.
Todo o financiamento do longa foi feito sem incentivo fiscal e está sendo pago
com o dinheiro do licenciamento para exibição da obra no exterior.
Em seguida é a vez de uma reportagem sobre o curta “O
Sinaleiro”, de Daniel Augusto. A história é baseada em um clássico da
literatura fantástica de Charles Dickens, que pela primeira vez tem sua obra
adaptada para o cinema brasileiro.