O ator Umberto Magnani Netto, que interpretava o doce Padre
Romão em Velho Chico, faleceu na manhã desta quarta-feira (27/04), no Rio de
Janeiro, aos 75 anos, em decorrência de um Acidente Vascular Encefálico (AVE)
hemorrágico. Ele estava internado no hospital Vitória, na zona oeste do Rio.
Umberto Magnani era casado com Cecília Maciel Magnani e deixa três filhos, Ana
Julia Magnani, Beto Magnani, Graciana Magnani, e duas netas. O velório
acontecerá hoje, 27, a partir das 21h, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, em
São Paulo (Rua Teodoro Baima, 94 - Vila Buarque). Amanhã, dia 28, às 11h,
acontecerá um breve momento para despedidas no Palácio da Cultura Umberto
Magnani Netto (R. Conselheiro Dantas, 220 - Bairro São José, Santa Cruz do Rio
Pardo), na cidade natal do ator, Santa Cruz do Rio Pardo. O sepultamos será às
14h, no Cemitério Municipal de Santa Cruz do Rio Pardo.
Nascido no dia 25 de abril de 1941, em Santa Cruz do Rio
Pardo, em São Paulo, Umberto dedicou a vida às artes cênicas. Com intensa
atividade no teatro, foi ator premiado, marcando presença na cena nacional não
somente como intérprete, mas também como realizador dos espetáculos em que
atuou.
Em 1965, iniciou o curso de interpretação na Escola de Arte
Dramática (EAD), em São Paulo. Neste período de formação, participou de
montagens com direção de Alfredo Mesquita, tendo sido dirigido também por
Antunes Filho, em ‘A Falecida’, de Nelson Rodrigues. Dois anos depois, ainda na
EAD, fez um exame de comédia em ‘Este Ovo É Um Galo’, de Lauro César Muniz, com
direção de Silnei Siqueira. Ruth Escobar assistiu ao espetáculo e convidou
quatro integrantes para remontá-lo profissionalmente no Teatro Ruth Escobar,
estreando em 1968. No mesmo ano, seguiu para o Teatro de Arena, substituindo
Antonio Fagundes em ‘Primeira Feira Paulista de Opinião’, de Lauro César Muniz,
Bráulio Pedroso, Jorge Andrade, Gianfrancesco Guarnieri, Plínio Marcos e
Augusto Boal, com direção de Boal.
Sua primeira produção em teatro ocorreu em 1971, com
‘Palhaços’, texto de Timochenco Wehbi, dirigida por Emílio Di Biasi. Fez uma
incursão como ator no Theatro São Pedro, em ‘Frank V’, de Friedrich Dürrenmatt,
sendo dirigido por Fernando Peixoto, em 1973. No ano seguinte, participou de
‘Um Homem Chamado Shakespeare’, de Barbara Heliodora e Ana Amélia Carneiro de
Mendonça, uma direção de Antonio Ghigonetto e Bárbara Heliodora.
Ganhou Troféu Mambembe e Prêmio Molière de melhor ator em
1981, por sua atuação em ‘Lua de Cetim’, de Alcides Nogueira, com direção de
Marcio Aurelio. Recebeu o Troféu Mambembe e o Prêmio Governador do Estado de
melhor ator em ‘Às Margens do Ipiranga’, texto e direção de Fauzi Arap, em
1988. Ganhou o Prêmio Governador do Estado novamente em 1989, agora em ‘Nossa
Cidade’, de Thornton Wilder, direção e adaptação de Eduardo Tolentino de
Araújo, numa produção do Grupo TAPA.
Foi dirigido por Francisco Medeiros em ‘Uma Vida no Teatro’,
de David Mamet, que ganhou o nome de Avesso na montagem brasileira, com
tradução de Edla Van Steen, em 1996. Neste espetáculo, atuava ao lado do filho
Beto Magnani, discutindo a relação entre dois atores nos bastidores de um
teatro.
Em muitos de seus espetáculos como intérprete, atuou também
como produtor. Foi o caso de ‘Palhaços’, em 1970; ‘Mocinhos Bandidos’, em 1979;
‘Lua de Cetim’, em 1981; ‘Cabeça e Corpo’, em 1983; ‘Louco Circo do Desejo’, em
1985; ‘O Jogo’, em 1994; e ‘Uma Vida no Teatro’, em 1996.
Como homem de teatro, assumia não só funções artísticas, mas
também atuava em direção de produção e administração de vários espetáculos,
dentre eles: ‘A Capital Federal’, de Artur Azevedo (1855 - 1908), direção de
Flávio Rangel, produção de Cleyde Yáconis, em 1972; ‘Reveillon’, de Flávio
Márcio, direção de José Renato; em 1975; ‘O Santo Inquérito’, de Dias Gomes,
direção de Flávio Rangel; em 1977; ‘Honra’, de Joanna Murray-Smith, direção de
Celso Nunes; em 1999.
Televisão e cinema
Na Globo, além de Velho Chico, trabalhou nas seguintes
novelas: ‘Sétimo Sentido’, em 1982; Felicidade, em 1991; ‘História de Amor’, em
1995; ‘Por Amor’, em 1997; ‘Corpo Dourado’ em 1998; ‘Laços de Família’, em
2000; ‘Mulheres Apaixonadas’, em 2003; ‘Cabocla’, em 2004; ‘Alma Gêmea’, em
2005; ‘Páginas da Vida’, em 2006. E nos seriados: ‘Anarquistas Graças a Deus’
em 1984; ‘Grande Sertão: Veredas’ em 1985; ‘Memórias de um Gigolô’ em 1986; e Presença
de Anita’, em 2001.
No cinema, atuou em ‘Chão Bruto’, em 1976; ‘Jogo Duro’, em
1985; ‘A Hora da Estrela’, em 1985; ‘Kuarup’, em 1989; ‘Cronicamente Inviável’,
em 2000; ‘Cristiana quer Casar’, em 2003 e ‘Quanto vale ou é por aquilo?’, em
2005.