Quando as obras da usina de Belo Monte tiveram início, em
2011, milhares de pessoas – estima-se 100 mil - invadiram a maior cidade da
região, Altamira (PA), por conta da oferta de empregos e transformações. Em
2012, o ‘Profissão Repórter’ esteve no local e registrou a chegada de ônibus
lotados de diversos pontos do país. Agora, o que o programa da TV Globo mostra,
nesta quarta-feira (20/07), é como esse cenário se transformou nos últimos anos
e, principalmente, como a aproximação do fim das obras tem mudado a rotina da
cidade e das áreas ribeirinhas.
A rodoviária local, que agora é beneficiada por uma rodovia
federal asfaltada, só vê ônibus partindo. As lojas estão vazias. O movimento na
região cai em todos os setores. “Como chegaram muitos homens para trabalhar
naquela área, apareceram, além de hospital, escola e comércio, muitos bordéis.
As prostitutas contaram que ganhavam cerca de R$ 30 mil por mês, e agora não ganham
mais que R$ 3 mil. Tem esse lado do cotidiano da cidade que é curioso e que
pouco se fala”, comenta o repórter Estevan Muniz, que ficou oito dias em
Altamira. De temakeria a shopping, o município também ganhou um título nada
atrativo: é o quinto onde mais se mata no Brasil.
Percorrendo o rio Xingu, a repórter Mayara Teixeira encontra
os impactos causados pela construção da usina em comunidades tradicionais. Na
área que está sendo alagada, algumas famílias recebem indenização em dinheiro,
enquanto outras, uma casa em um assentamento urbano. O que nem sempre contempla
a todos. Durante cinco dias vivendo de favor na casa de ribeirinhos, Mayara
pode ver de perto como eles estão se virando agora. “Os pescadores reclamam da
qualidade da água, que tem provocado a mortandade de peixes. E 90% da população
ali dependia da pesca”, conta. A
repórter ainda visita comunidades que reclamam da diferença de tratamento em
relação às aldeias indígenas da vizinhança, que receberam apoio da empresa
construtora da usina.
O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar às quartas-feiras, depois do
Futebol.