O “Repórter Eco” deste domingo (28/06), às 17
horas, na TV Cultura, destaca o conhecimento intuitivo, e passado de geração
para geração, dos macacos-prego. O programa também apresenta mais duas
reportagens, uma sobre a primeira mulher eleita presidente da Irlanda, na
década de 1990, e líder mundial na área de sustentabilidade, Mary Robson, e
outra sobre o incentivo à formação de plantadores urbanos.
Que os animais são seres irracionais, o mundo inteiro sabe.
No entanto, alguns surpreendem cientistas e estudiosos pela capacidade
intuitiva que têm. É o caso do macaco-prego, que carrega um comportamento marcado
por uma tradição de 700 anos. Natural da América do Sul, ele é dono de uma
curiosidade sem fim e uma habilidade para solucionar problemas que chama
a atenção.
Há 18 anos, pesquisadores do laboratório do Instituto de
Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) estudam o comportamento de grupos
de macacos-prego, e um desses está no Parque Nacional da Serra da Capivara, no
Piauí. Durante a pesquisa, o biólogo e primatólogo Tiago Falótico documentou em
fotos e vídeos a habilidade dos animais adultos com as pedras para quebrar
cocos e castanhas. Eles escolhem com sabedoria as pedras certas para serem
usadas e transmitem isso de geração para geração.
A tradição no uso de ferramentas inspirou os estudiosos, que
fizeram escavações para descobrir há quanto tempo o conhecimento do grupo é
passado para os mais novos. Eles encontraram instrumentos de cerca de 700 anos.
Segundo Tiago, "uma das coisas interessantes que podemos dizer é que,
durante umas 100 gerações de macacos-prego, esse comportamento foi mantido naquela
população da Serra da Capivara por transmissão social. Sendo assim, é a
primeira tradição que a gente identifica de longo prazo para primata aqui na
América do Sul".
A luta pelos Direitos Humanos marca a história de Mary
Robinson, outra entrevistada da edição. Primeira mulher eleita presidente da
Irlanda, na década de 1990, líder mundial na área de sustentabilidade, ela
viajou por vários continentes para promover transformações sociais. Quando
esteve na África pela primeira vez, não conteve as lágrimas: não estava
preparada para ver tanto sofrimento humano. Formada em direito, atualmente ela
dirige uma fundação que trabalha pela justiça relacionada às mudanças
climáticas, a The Mary Robinson Foundation.
Mary é conhecida pela defesa das mulheres, das pessoas
marginalizadas, dos direitos humanos e da paz mundial. Em visita ao Brasil como
enviada especial das Nações Unidas para mudanças climáticas, a diplomata disse
que é preciso investir mais em energia limpa.
Mesmo preocupada com a crise de valores na Europa, que leva à
intolerância e ao racismo com os povos refugiados, a Irlanda tem bons motivos
para acreditar em um mundo menos desigual. "Aprendi que em todos os
lugares há uma sociedade civil e pessoas trabalhando para mudar... Você tem que
encontrar o que mudar, acreditar nisso e encorajar a mudança. Eu sou uma
prisioneira da esperança", disse a líder mundial.
Incentivar a formação de plantadores urbanos é a proposta do
projeto "Adote Uma Árvore", outro destaque do programa deste domingo.
No Sesc Interlagos, na zona sul de São Paulo, fica o viveiro de mudas de
espécies nativas da Mata Atlântica, local em que a ideia da iniciativa se
realiza. Para que os participantes conheçam novas espécies de árvores é
apresentado o chamado "cardápio" das mudas cultivadas no local.