Muitos dos pichadores espalhados pelas ruas das grandes
cidades buscam adrenalina quando se penduram em prédios, sobem em portões ou se
arriscam em pontes para gravar a assinatura do grupo no concreto. No ‘Profissão
Repórter’ desta quarta-feira (21/09), Guilherme Belarmino inicia sua apuração à
procura de quem pichou, a 140 metros de altura, o topo da Ponte Octávio Frias
de Oliveira, popularmente conhecida como Ponte Estaiada, em São Paulo. Na
pesquisa, ele chega ao nome da pessoa responsável por esta intervenção no novo
cartão-postal da cidade.
Algo comum entre os pichadores é o fato de não quererem ser reconhecidos
publicamente. “Eles não querem aparecer, por isso, são personagens tão
interessantes. Eles têm a oportunidade de ficarem ‘famosos’, mas não é esse o
objetivo. Para eles, é um hobby”, conta o repórter.
O que Caco Barcellos encontra nas ruas são pessoas que têm família, geralmente
trabalhadores com bom comportamento, em geral. “Eles dizem que estão se
expressando, que essa é a voz deles: o risco. E reclamam muito pela
discriminação que sofrem quando comparados com os grafiteiros”, explica. A
missão de Barcellos é flagrar a ação dos pichadores que se passam por moradores
e entram nos prédios da cidade.
A repórter Eliane Scardovelli encontrou a primeira geração de pichadores que
escreviam seus nomes nos muros de São Paulo. Pessoinha, da dupla Juneca e
Pessoinha, virou advogado. Juneca trocou a pichação pelo grafite. Ela mostra
também que alguns veteranos não conseguiram abandonar o spray e o picho.
Um caso grave envolvendo pichadores ganhou repercussão nacional. Victor
Ferreira conversa com a família das vítimas deste crime. Um dentista foi
assassinado depois de ter a casa pichada na zona norte de São Paulo e o pai foi
agredido violentamente e perdeu um braço ao tentar defendê-lo. O
‘Profissão Repórter’ vai ao ar às quartas-feiras na TV Globo, depois do futebol.