Em uma das mais conhecidas músicas brasileiras, Alcione faz
um apelo ao sambista mais novo: “Não deixe o samba morrer”. E é essa
continuidade promovida pelas novas gerações que o Samba na Gamboa traz como
tema da edição deste domingo (25/09), às 11 horas, na TV Cultura. Acompanhado
do veterano Almir Guineto e da estreante Luciana Carvalho, Diogo Nogueira
comenta a tradição e renovação do ritmo ao longo dos anos.
Aos 70 anos, Almir Guineto se tornou sinônimo de samba de
raiz. Criado na escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, foi cavaquinista do
grupo Originais do Samba e, com Bira, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha e
Ubirany, criou o grupo Fundo de Quintal.
No programa, Almir diz que recebe em seus shows um público
cuja faixa etária é bem variada. “É clínica geral: tem velho, tem criança...
Umas três gerações”, brinca ele. O artista também fala sobre a felicidade que
sente ao ouvir seus sucessos cantados por “crianças que não têm nem a metade da
idade das músicas”.
Como compositor, Guineto criou joias como Caxambu, Conselho e
Coisinha do Pai. Esta última, por sua vez, ganhou o mundo na voz de Beth
Carvalho e tinha em seu coro original a outra convidada desta edição, Luciana
Carvalho. Foi sua estreia musical, aos 10 anos. O mais novo talento do clã da
Madrinha do Samba, Luciana é sobrinha de Beth e cresceu com a tia entre bambas
do ritmo.
Na conversa com Diogo Nogueira, Luciana e Almir relembram as
rodas de samba que frequentavam juntos, quando ela ainda era criança e ele já
carregava o status de grande nome da música brasileira.
Luciana tem como referência o samba de raiz, mas também leva
para o palco outras influências, como Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho e
Gonzaguinha. No programa, ela fala sobre essa troca entre gerações, que se mostra
como a grande força do samba ao trazer renovação sem esquecer as tradições.