Paulistano, criado no Mato Grosso do Sul, Gabriel Sater, 34,
traz no sangue o DNA da música. Filho do violeiro Almir Sater, o violonista e
compositor fala sobre sua formação e carreira em documentário da série Passagem
de Som, que o SescTV apresenta neste domingo (25/09), às 21h. Na sequência, o
músico toca canções autorais e de seu próprio pai, em show da série
Instrumental Sesc Brasil. As produções têm direção geral de Max Alvim.
Gabriel Sater, que começou a se interessar por música com 15 anos, tinha 18
quando resolveu fazer um intercâmbio em Nova Iorque, onde morou por um ano. O
artista lembra que estava descobrindo o violão brasileiro quando conheceu ali o
álbum Friday Night São Francisco, dos violonistas Paco de Lucia, Al Dimeola e
John McLaughlin. Segundo ele, o disco o ajudou nas bases e nas técnicas que
utiliza para tocar.
Gabriel recorda que, de volta ao Brasil, em 1999, foi apresentado, por seu pai,
ao violonista e compositor Yamandu Costa, que na época participava de uma turnê
com Almir Sater e com o acordeonista Renato Borghetti. “Eu ainda não tinha tido
acesso, mesmo vindo de uma família de músico, à música instrumental”, revela e
completa “Isso abriu minha cabeça de uma maneira que eu nunca mais olhei para
trás”.
Gabriel Sater conta que naquele ano começou a estudar com o maestro gaúcho
Cristiano Kotlinski, adepto à música brasileira e de fronteira, tanto populares
como eruditas. O repertório passeava por chamamés, polcas, choro, jazz e bossa
nova. Alguns desses ritmos, além de tangos e boleros, Gabriel diz que já ouvia
na casa de seu avô, Fuad Sater, mas na época não pensava em ser músico. Unindo
tudo que ouviu e aprendeu em sua vida e inspirado no trabalho do pai, Gabriel
moldou o seu estilo, registrado em três álbuns lançados por ele, sendo um
totalmente instrumental.
O documentário apresenta ainda a paixão de Gabriel pela
natureza e a sua experiência como ator na novela Meu Pedacinho de Chão, da Rede
Globo, e no musical sertanejo Nuvem de Lágrima, em que atuou como protagonista.
A produção contempla também depoimentos do pianista Bruno Piazza, da atriz e dramaturga
Anna Toledo e do músico e ator Paulo Miklos; e o ensaio do show do violonista
para a série Instrumental Sesc Brasil, exibido na sequência.
No espetáculo, sucessos de sua carreira, como Doma, de Almir
Sater e Zé Gomes, e Adios Noniño, de Astor Piazzolla; além de duas inéditas e
autorais, Rio Negro e Tigre do Rio, que estarão em seu próximo álbum. João
Gaspar, no violão; Álvaro Couto, no acordeon e teclado; e Paulinho Vicente, na
bateria, acompanham o artista.