Neste domingo (23/10), às 22h, a TV Cultura leva ao ar uma
edição inédita do “Café Filosófico” com o jornalista e humorista Marcelo Tas.
Intitulado Pode Rir, o programa faz parte da série Limites do Humor, de
curadoria do próprio Tas, e discorre sobre humor e crítica social, colocando em
evidência o caráter político do riso.
Mesmo sendo objeto de estudo da filosofia, religião,
psicologia e arte, o humor não teve até hoje uma definição única. Nesta edição,
o jornalista apresenta o seu entendimento sobre a capacidade de rir de si mesmo
e do outro e afirma que, entre outras coisas, o humor é o “contato de
inteligências”.
Tas também aborda a função social do humor, atuando como uma
lente que revela as verdades mais escondidas. “O mundo está torto. O humorista
tem uma lente torta. Quando uma coisa junta com a outra, de repente você
enxerga o mundo com mais clareza”, explica.
Ele aponta ainda que a piada é uma ferramenta para encarar a
gravidade de certas questões com leveza. Para ele, “quando a situação fica
grave a ponto da gente não conseguir olhar para ela, entra o humor. O humor
permite encarar a gravidade da situação humana, do mundo”.
Outro ponto levantado pelo jornalista é a pressão que recai
sobre os humoristas no cenário atual e a discussão sobre os limites do humor.
Tas defende que “este é o fim da picada: o dia em que o palhaço começar a
sofrer as pedradas da sociedade”.
Tas também reforça que o humorista, em seu aparente
descompromisso e leveza, é um crítico de seu tempo, fazendo política ainda que
à sua revelia. Ao mesmo tempo, ele mostra que a política pode aparecer como
protagonista no humor.
Para explicar isto, detalha Ernesto Varella, o repórter de
mentira que entrevistava personalidades de verdade, criado por ele e pelo
cineasta Fernando Meirelles em 1983. Com irreverência, o personagem conseguia
tocar em assuntos delicados durante o Regime Militar.