Há menos de um ano, o Brasil vivia a expectativa de receber a
sua primeira Olimpíada em casa. Os Jogos Olímpicos Rio 2016 foram um sucesso e
todos saíram daqui muito bem impressionados.
Com 19 pódios, o Time Brasil terminou em 12º lugar do quadro
na contagem que leva em conta o número total de medalhas e em 13º no ranking
que prioriza as medalhas de ouro.
Passados alguns meses, a atual realidade é bem diferente. O
Brasil tem hoje quase 13 milhões de desempregados, entre eles muitos atletas e
profissionais ligados ao esporte. Marcos Uchoa entrevistou quase 30 pessoas de
diversas áreas para contar, em quatro episódios, a frustração e a preocupação
dos nossos atletas com um futuro tão incerto. A série estreia neste domingo
(19/03) no ‘Esporte Espetacular’.
O esporte brasileiro viveu 15 anos de visibilidade e fartura.
Os investimentos ajudaram na realização dos Jogos Pan-Americanos do Rio de
Janeiro em 2007, da Copa do Mundo 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio
2016.
A maior parte dos recursos investidos nos últimos anos no
esporte brasileiro provem do Governo Federal e uma pequena parcela dos governos
dos estados e municípios. Apenas algo próximo de 2% vem da iniciativa privada.
A série mostra como esses recursos sustentam as entidades e todos os
envolvidos.
No primeiro episódio, Marcos Uchoa visita o Parque Olímpico
para mostrar que a estrutura, tão cara, segue fechada e sem recursos para
manutenção. E entrevista alguns atletas e ex-atletas sobre a atual situação.
A nadadora Poliana Okimoto, medalha de bronze na maratona
aquática – única medalha da Confederação de Desportos Aquáticos nos Jogos do
Rio – conta o seu drama. “A gente se doa, passa tanto tempo da vida tentando um
objetivo, e quando ele vem, esperamos um retorno de tudo isso. Na verdade, no
meu caso, o que aconteceu foi o contrário. Perdi patrocínio, perdi apoio”, diz
a atleta.
Poliana tinha uma série de profissionais trabalhando com ela,
como nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, massoterapeuta, além do técnico
e do preparador físico, mas não consegue pagar todo mundo com dinheiro do
próprio bolso. “Fico bem preocupada com o esporte olímpico brasileiro porque se
um medalhista olímpico está nessa situação, imagina quem está começando
agora?”, desabafa.
No último episódio da série ‘Reencontros Espetaculares’, Caco
Barcellos volta ao Corinthians para saber qual foi o destino dos jogadores das
categorias de base que ele entrevistou há 16 anos, para uma matéria da
GloboNews. Dos 28 mil jovens que tentaram um lugar no time no ano 2000, apenas
20 foram aprovados nos testes. “Desde então, a curiosidade, talvez o maior
combustível de um repórter, sempre me levou à pergunta: o que teria acontecido
com aqueles meninos?”, se pergunta Caco. “O que determina que uns virem
profissionais e outros tão ou mais talentosos fiquem pelo caminho?”, pondera.
Caco então vai atrás desses meninos, agora adultos, para ver o que aconteceu na
vida deles.