Com 95 anos de idade e 76 de carreira, uma das maiores vozes
do Brasil, Bibi Ferreira revela uma disposição fora do comum quando sobe aos
palcos. Bibi, musa do teatro no país, promove uma verdadeira sintonia entre o
palco e a plateia e mostra grande versatilidade em seus espetáculos. A artista
é a entrevistada desta segunda-feira (19/06), do programa “Conversa com Roseann
Kennedy”, que vai ao ar às 21h30, na TV Brasil.
Na conversa, Bibi nos fala dos segredos de sua longevidade,
de seus sucessos e dos amigos de vida e carreira que viraram sua verdadeira
família.
Cantando em quatro idiomas, inglês, francês, português e
espanhol, ela interpreta com perfeição grandes sucessos de Amália Rodrigues,
Carlos Gardel, Frank Sinatra e Edith Piaf. Em relação a escolha de seu
repertório, Bibi diz que o público vem sempre em primeiro lugar e justifica:
“Eu nunca penso no que eu quero, no que eu gosto... Eu tenho que pensar sempre
em relação à plateia. A plateia é a que gosta, a que quer, a que deseja”.
Com uma energia de dar inveja a qualquer um, Bibi conta que
toma pequenos cuidados para preservar a vitalidade. “Manter a voz é uma questão
de saúde, de respeito à saúde e de se comportar devidamente. Não falar muito
alto, não tomar muito álcool, dormir o máximo que puder... Então é importante
que você guarde tudo isso para quando você estiver no palco”, disse.
Para manter a voz, ela revela outro pequeno segredo. Antes de
entrar no palco e pegar o microfone, sempre toma uma xícara de café quente com
uma pitada de manteiga. E dá a receita levando à mão até a garganta: “Quando a
manteiga derreter, você toma o café. A manteiga é para azeitar as cordas
vocais”.
Orgulhosa de sua carreira, Bibi atribui o resultado de seu
sucesso à sua entrega ao trabalho. E diz que nada seria possível sem amor. “O
amor é tudo. Se não houver amor, não há nada”, frisa. E ao se dirigir à Roseann
Kennedy, ela conclui: “Você estar aqui é um ato de amor, é um ato de bondade, é
um ato de querer ouvir um pouco as coisas da minha alma. Quer dizer, é um ato
de amor que nós estamos cometendo aqui”.
Por fim, sem modéstia e num sorriso amigável, ela justifica
seu espírito inquieto e explica porque não se considera uma estrela e sim um
cometa. “O cometa tem uma calda, né? Ele aparece com hora marcada e aparece
sempre na hora. A estrela é fixa. Eu não sou uma estrela fixa. Eu sou uma
estrela que anda pelo céu”, finaliza.