Completando 65 anos de carreira, o narrador e jornalista
Silvio Luiz foi o convidado do Mariana Godoy Entrevista da última sexta-feira
(16/06). Com participações em diversas Copas do Mundo, Olimpíadas e trabalhado
com grandes nomes do mundo esportivo, Silvio comentou alguns feitos memoráveis
em sua trajetória e lamentou a distância da família no período. “A carreira não
atrapalhou a família, mas me afastou dos meus filhos. Não tinha aniversário de
casamento, por exemplo, e por causa da minha profissão, não vi meus filhos
crescerem, embora eu tenha sido sempre um pai presente. Ficava mais de 40 dias
fora de casa e nesse período eles foram crescendo”, disse.
O apresentador também relembrou o período em que foi juiz de
futebol e comentou o conselho dado pelo amigo Armando Marques, ex-árbitro já
falecido. “Ele morava no Rio de Janeiro, mas apitava em São Paulo. Um dia ele
me disse: Silvio, o futebol tem 18 regras e não 17. Fiquei pensando qual
seria a outra e ele revelou: bom senso. Você sai da escola e quer aplicar
tudo aquilo que viu no livro, mas na prática funciona diferente”, afirmou ele,
que reviveu ainda um episódio em que quase apanhou de um jogador após uma
partida no interior de São Paulo.
Considerado o primeiro repórter de campo do país, ele mostrou
sua carteira de trabalho e revelou para a apresentadora o possível motivo de
seu sucesso: “Sempre fui uma pessoa muito fuçadora e curiosa”. Apelidado de iogurte,
ele explicou a origem do nome carinhoso. “Eu era meio invocado antigamente,
então começaram a me chamar assim por ser baixinho, branco e azedo”,
divertiu-se.
Depois de ter emprestado sua voz para jogos de videogame e
GPS, além das partidas de futebol, Silvio comemorou um feito inédito em sua
carreira, realizado recentemente. “Recebi um convite da Disney para dublar um
personagem do filme Carros 3. Era a única coisa que me faltava, depois de tudo
que já fiz. Só que, para ser sincero, dublagem é muito difícil. É uma arte”,
pontuou.
Inspiração e influência para pessoas de diversas áreas, ele
disse que não narra os jogos de futebol, e sim os legenda. “Não vou brigar com
a imagem. Para quê dizer que o jogador chutou com pé direito se o cara está
vendo na televisão? Minha obrigação é legendar aquilo que estão fazendo, então
não há a necessidade”, finalizou.