Com direção de Paulo Markun e Sergio Roizenblit, o SescTV
exibe Veleiros, documentário inédito que conhece as particularidades e os
desafios das vidas de pessoas que optaram por viver a bordo de um barco, com
suas famílias ou sozinhos.
A produção, que vai ao ar nesta terça-feira (05/12), às 22h,
integra a segunda temporada da série Habitar Habitat, que aborda diferentes
formas de moradia não apenas como espaço físico, mas como espaço de convivências,
afetos e deslocamento. Dentre as
moradias destacadas pela série estão a vida em quilombos, assentamentos,
ocupações, asilos, cortiços e internatos, e, ainda, registra o cotidiano de
refugiados, ciganos, moradores de comunidades alternativas, motorhomes e faróis.
Em Veleiros, Amyr Klink, 61, um dos mais relevantes
empreendedores de expedições marítimas e escritor, fala sobre o quanto a
experiência de morar em um barco pode desenvolver no indivíduo o respeito pelo
meio ambiente e pelo uso de seus recursos naturais. O navegador é adepto a
fazer travessias solitárias e já realizou diversas apenas ele e a
embarcação. Em uma delas, cruzou o
Atlântico Sul em 100 dias, em um barco a remo, em 1984, aos 29 anos. Em outra,
em 1989, passou todo um inverno na Antártica e na volta foi até o Ártico. Em
1998, contornou todo o Polo Sul. Quando você está a partir de 100, 200,
300 milhas é uma sensação de liberdade muito difícil de descrever, expõe. Amyr
comenta, também, sobre o charter, fretamento de barcos, que ainda não se
estabeleceu como negócio no Brasil.
Assim como Amyr, a designer Carina Seixas, 34, é simpatizante
da navegação solitária. Ela mudou-se para um veleiro em 2014, realizando um
sonho de infância. Eu nasci velejando, aprendi com o meu pai, afirma. A
navegadora dialoga sobre crises emocionais e a exposição que ela se coloca por
habitar sozinha em uma embarcação. O casal de navegadores Cecília Quaresma, 44,
nutricionista, e Fabio Gandelman, 43, advogado, conta sobre como é criar uma
criança em um barco. Eles viajaram com o filho bebê de Paraty ao Caribe.
Cecília diz que, durante 10 anos, a família tinha Paraty como porto de retorno,
mas trocaram a cidade por Florianópolis - SC, em busca de estudo para o
pequeno.
O documentário - que traz, ainda, depoimentos dos navegadores
Nestor Sanchez, empresário, e Ari Paulo Jhensch, ex-piloto de aviação civil e
aposentado - fala sobre os motivos que levam os marujos e suas famílias a
abandonarem suas profissões para morar em barcos; as dificuldades que passam em
alto mar; como conseguem se manter financeiramente; como é viver com
limitações; o perigo de uma navegação solitária; e a convivência com outras
pessoas que também residem em embarcações.