O Rap surgiu como ritmo e poesia nos bailes dos guetos da
Jamaica, nos anos 60. Com a imigração de jamaicanos para os EUA, alcançou os
americanos, e depois se popularizou em outros países, como o Brasil, na década
de 1980.
Da tradição dos bailes black às releituras contemporâneas, o
rap brasileiro passou por transformações, assimilando elementos de outros
gêneros musicais. Algumas dessas mudanças podem ser vistas na programação
especial que o SescTV exibe entre os dias 11 e 22 de agosto, intitulada Do
Baile ao Afro Rap.
No Brasil, o rap foi descoberto pelos jovens da periferia de
São Paulo, em 1986. Até as rádios e a indústria fonográfica valorizarem o
estilo, a maioria das pessoas o achava violento. Os primeiros rappers de
sucesso foram Thayde e Dj Hum, que integravam a cena da estação São Bento do
metrô paulistano, ponto de encontro dos amantes do rap no centro cidade.
Dj Hum resgata um pouco da história e da atmosfera dos bailes
de música negra americana da década de 1970, em episódio inédito da série
Passagem de Som, que vai ao ar neste domingo (12/08), às 21h. No programa, ele
visita o Instituto Matéria e Rima, relembra sua experiência na estação São
Bento e comenta sobre os elementos do hip hop. Em seguida, DJ Hum e Expresso do
Groove participam do Instrumental Sesc Brasil, às 21h30, com show que mescla
jazz funk, soul, samba jazz, e composições autorais do grupo, em apresentação
gravada em 2017 no Sesc Consolação.
Nos anos 1990, a cultura hip hop trouxe à frente o rap e o engajamento
político, com destaque para o surgimento do grupo Racionais MCs. O SescTV
homenageia esse período, no dia 17/8, sexta-feira, às 23h, com um show dos
Racionais MCs, gravado em 2009.
Na virada do século, o rap se permitiu ser contaminado por
elementos de outros gêneros musicais, a exemplo do trabalho do Chico Science e
Nação Zumbi, e conheceu figuras criativas como Sabotage e Black Alien. No final
dos anos 2000, surgiu a geração de novos rappers como BNegão, Criolo e, mais
recentemente, Rincon Sapiência.
Os três fazem parte da programação especial do canal, que
exibe os shows de BNegão & Seletores de Frequência + RZO, no dia 18/8,
sábado, às 10h; Criolo, no dia 20/8, segunda-feira, às 19h; e Rincon Sapiência,
cuja apresentação gravada no Festival Batuque de 2017, no Sesc Santo André, tem
exibição inédita no SescTV no dia 22/8, quarta-feira, às 22h.
Novas vozes femininas também marcam presença e expandem o
território do hip hop no Brasil. Rappers como Negra Li, Flora Mattos, Drika
Barbosa, Tássia Reis, ou mesmo o grupo Rimas e Melodias, do qual Tássia faz
parte, compõem uma cena musical emergente que tem chamado a atenção. A potência
de seu rap também está presente na programação do SescTV. No dia 13/8,
segunda-feira, às 19h, o canal exibe o show das cantoras Tássia Reis e Laylah,
realizado também no Festival Batuque, na edição de 2016.
Além da música, outra arte que dialoga diretamente com a
cultura hip hop é o grafite. No dia 13/8, segunda-feira, às 21h30, o SescTV
exibe o episódio De Dentro Para Fora, De Fora Para Dentro, da série Artes
Visuais, que mostra a exposição homônima alojada no MASP em 2010 e entrevista
artistas sobre as técnicas, os estilos e as linguagens próprias ao grafite.
No dia 15/8, quarta-feira, também às 21h30, vai ao ar outro
episódio da série, que apresenta as obras em grafite e escultura da II Bienal
Internacional Graffiti Fine Art, realizada em 2012 no MuBE.