Com 50 anos de carreira, o paulista Roberto Camasmie é um dos
mais renomados artistas plásticos do País. O convidado do programa Conversa com
Roseann Kennedy nesta segunda-feira (13/08), às 21h15, na TV Brasil, é enfático
ao defender que a arte seja popular. "A arte tem que estar na mão do povo
e não só de uma elite", afirma.
Descendente de família síria com libanesa, Camasmie já
retratou personalidades como Jaqueline Onassis, Sophia Loren, Catherine Deneuve
e até mesmo a princesa Diana. Além de seus famosos retratos, pinta bonecas,
flores, madonas, animais, santas, cidades e paisagens, ele imprime sua marca
numa série de produtos que ficam à disposição para licenciamentos, como
abajures, malas, agendas, joias, bolsas e até tupperwares.
Aos mais eruditos, que acreditam que a arte é para poucos,
Camasmie manda um recado: "A arte não se entende. A arte se gosta ou não.
Essa história de parar na frente de um quadro e dizer que não entende nada de
arte é burrice. Ou você gosta ou não da obra."
Nesta entrevista ao Conversa com Roseann Kennedy, o artista
fala de sua trajetória profissional, do seu processo criativo e de um projeto
de reality show que terá como foco a produção artística.
Camasmie também relembra o início de sua carreira de sucesso.
"Eu comecei muito cedo, com 11 anos de idade criando a Capela Sistina no
puxado da casa da minha avó", revela.
Para Roberto, o processo de criação vem da alma e diz que
diferente de seguir uma carreira de médico ou de arquiteto que se aprimoram na
carreira e tornam-se profissionais, com o artista o processo é diferente.
"Eu comecei sem nenhuma orientação. Eu acho que o artista nasce artista,
ele não se torna um artista", comenta.
Em sua galeria na esquina da Bela Cintra com a Lorena, região
paulistana dos Jardins, as obras de Camasmie ficam sempre à mostra. E com
frequência, pedestres e interessados em arte, conseguem acompanhar parte de
suas produções pelas vitrines.
Com bom humor, Roberto revela que já foi plagiado, mas diz
não se importar com isso. "Tudo que é plagiado é um sucesso. Porque o
sucesso é plagiado. Não me incomoda em nenhum momento. Eu acho que se faz
sucesso, tem que ser copiado. Porque se não faz sucesso, ninguém vai querer
copiar. Eu acho ótimo isso!”, observa.
Do nanquim ao tecido, utilizando vários elementos inusitados
em suas obras como vinho, chocolate e o singelo lápis de cor, Camasmie é
incansável e brinca com a sua própria compulsividade quando se trata de criar
novas obras.
"Eu preciso é parar um pouco de criar. Porque não tenho
mais espaço. São quatro, cinco, seis obras por dia! Porque são peças grandes
que eu produzo. Mas eu acho que a minha vida é essa", frisa.
Por fim, com bom humor brinca anunciando o fim de sua
carreira: "Eu acho que só vou parar lá na Consolação. Sabe onde é a
Consolação? No cemitério da Consolação". "Enquanto isso, eu vou estar
mexendo e criando”, gargalha.