Senador eleito com a maior votação registrada no Estado de
São Paulo, Major Olímpio (PSL) ganhou força no partido do presidente eleito
Jair Bolsonaro e chega ao Senado com cacife para pleitear cargos de comando.
Mas, sinalizando a disputa de poder que existe na sigla, ele afirma: “Eu me
sinto preparado para, um dia ou talvez agora, dirigir a Casa, ser líder do
partido ou do governo. Simplesmente uma coisa, não sou eu quem vai definir
isso. Eu não me insiro, nem fico de oferecido, mas também não me omito. Se
houver o entendimento de que eu possa ser alguém para auxiliar nesse processo,
muito bem. Senão, a única certeza que eu tenho, eu serei um dos 81 votos de
senador”, ressaltou.
Major Olímpio concedeu entrevista ao programa Conversa com
Roseann Kennedy um dia antes de vir a público o bate-boca no grupo do WhatsApp
do PSL por protagonismo no partido. O programa vai ao ar nesta segunda-feira
(10/12), às 21h15, na TV Brasil.
Presidente do PSL estadual em São Paulo, Major Olímpio
atualmente exerce o mandato de deputado federal. Quando migrar para o Salão
Azul do Congresso Nacional, será o primeiro policial militar a ocupar uma vaga
no Senado. Ele entrou para a corporação em 1978. No Senado, assume compromissos
com a categoria e diz que segurança pública será sua pauta prioritária. “Nós
acabamos de sair de uma campanha onde a questão da segurança ganhou até um
aspecto maior para a população do que a própria economia. Chegamos num quadro
em que temos quase 100 mil brasileiros sendo executados por ano. Então,
minimizar a tragédia da criminalidade é sempre um grande desafio e o meu
desafio profissional”, pontua.
Por adotar uma postura linha dura, quando o assunto é criminalidade,
Major Olímpio relata que já foi alvo de ameaças, mas ironiza. “Quando para eu
ter cuidado porque alguém tá querendo me matar, eu aviso que precisa pegar a
fila”, afirma.
Major Olímpio defende a redução da maioridade penal, não é a
favor da liberalização do uso de drogas e apoia a revisão do estatuto do
desarmamento. Ou seja, na pauta segurança está alinhado com Jair Bolsonaro. Em
outros assuntos divergem. Na campanha deste ano, por exemplo, o major
contrariou o capitão ao apoiar a candidatura de Márcio França ao Governo de São
Paulo. “O presidente Jair Bolsonaro é um querido amigo que eu respeito demais,
não vamos concordar em todas as posições na vida. Mas nas pautas de segurança o
nosso pensamento é muito próximo e convergente, até pela nossa origem. Nós
vivemos o terror e somos solução para o terror em que vive a sociedade”, frisa.
Sobre a composição do próximo Governo, sem distribuição de
cargos para partidos, Major Olímpio faz um alerta. Diz que “o cachimbo deixa a
boca torta” e, portanto, haverá resistências. “Há as resistências de toda
ordem, mas vai ser um processo de adequação. A gente tem visto com muito bons
olhos o posicionamento dos partidos, das lideranças, um empenho para uma coisa
maior chamada Brasil”, vislumbra.