Pupila do multi-instrumentista Hermeto Paschoal e ganhadora
do Prêmio Profissionais da Música (PPM) 2018, de Brasília - DF, a também
multi-instrumentista e compositora carioca Carol Panesi fala sobre sua
trajetória musical, seu aprendizado com Itiberê Zwarg e sobre a formação de sua
banda em documentário inédito da série Passagem de Som. Ela comenta sobre o seu álbum solo de
estreia, Primeiras Impressões (2017), produzido com composições autorais que
mesclam jazz, música brasileira e world music, a música universal. O repertório
do disco é apresentado por Carol Panesi & Grupo no show da série
Instrumental Sesc Brasil. Com direção
geral de Max Alvim, as atrações inéditas vão ao ar neste domingo (10/02), a
partir das 21h, no SescTV.
Carol tinha 11 anos de idade quando começou a estudar piano e
violino no Conservatório Brasileiro de Música, no Rio de Janeiro. Sete anos
depois conheceu Itiberê Zwarg, baixista e compositor que acompanha Hermeto
Paschoal desde 1982. Monitorou a Oficina de Música Universal, idealizada por
Itiberê e integrou a Itiberê Orquestra Família durante 13 anos. “Isso foi
totalmente determinante na minha vida”, expõe no Passagem de Som. A orquestra
foi transformada no Itiberê Zwarg Grupo. “Ali era como se fosse o meu mestrado,
porque eu fiquei mais exposta”, conta a artista que decidiu estudar outro
instrumento. “Aí que surgiu o trompete”, recorda.
Para Itiberê Zwarg, Carol já tocava afinado no violino desde
o início. “A probabilidade de desafinar é 90% e 10% de afinar. Ela estava nos
10%”, afirma e fala que a violinista é sensitiva e sente as notas que está
tocando. Hermeto acredita que, para realizar um bom trabalho, é preciso
primeiro gostar do que se faz. Carol completa dizendo que “Só se consegue amar
o que está fazendo se estiver sendo verdadeiro. Na época que eu entrei para a
orquestra eu descobri isso”.
O primeiro disco solo da artista, Primeira Impressões, é
resultado dessa experiência e tem participações da flautista e compositora Léa
Freire, de Hermeto Paschoal e do Quarteto Iapó. A capa traz texturas e cores,
projeto que envolve a maquiadora Alice Martins e a fotógrafa Nadja Kouchi, a
convite de Carol.
No repertório do álbum, jazz, samba e choro se misturam a
ritmos nordestinos, como frevo e forró. “O Nordeste está muito presente na
minha vida e eu tenho certeza que o Hermeto faz muito parte disso, então eu fiz
essa homenagem”, articula Carol.
A homenagem pode ser conferida no show da série Instrumental
Sesc Brasil, que vai ao ar na sequência. Ao lado de Fábio Leal, na guitarra,
Guegué Medeiros, na bateria, e Jackson Silva, no baixo, Carol se reveza entre o
violino, o piano e o flugelhorn para tocar composições autorais.
Repertório: Boas Vibrações; Ansiosa; Abrindo Caminhos; No
Balanço da Léa; Impressões; Ferragutti nos Pampas; Ganhando Asas; A Cara Dela;
e Forró do Marajó, esta última em parceria com Salomão Soares.