A série “Atos” recebe Françoise Forton no décimo primeiro
episódio inédito da produção que a TV Brasil exibe neste domingo (10/02), às
20h30, em parceria com a Casa das Artes de Laranjeiras (CAL).
Diante de um grupo de atores em formação, mediados pelo
professor e diretor teatral Antonio Gilberto, a atriz relembra a importância da
saudosa atriz Glauce Rocha como referência em sua formação.
Ao comentar episódios de sua trajetória, Françoise reflete
sobre a relação de confiança que um diretor deve estabelecer com seus atores
seja nos bastidores da tevê, nas telonas, na frente das câmeras ou na coxia do
teatro.
Com a experiência de cinco décadas de trajetória artística
iniciada na infância, a convidada revela as peculiaridades da arte de
interpretar. "O maior desafio e a maior dificuldade é fazer um personagem
que alguém escreveu, tirar do papel, com humanidade", avalia.
Sobre o modo para construir um personagem, a atriz cita
algumas técnicas. "Procuro saber sobre a época, busco ler um livro. Faço
televisão como faço teatro e cinema. Eu me alimento de conteúdos e à medida que
vou lendo o texto da produção isso vai me dando imagens e memórias",
exemplifica.
No decorrer da sabatina no palco da Casa das Artes de
Laranjeiras (CAL), Françoise, que também é professora de teatro, indica obras
artísticas como o filme "Um bonde chamado desejo" e a leitura de
dramaturgos como o brasileiro Augusto Boal e o russo Constantin Stanislavski.
Françoise ocupa o espaço cênico com os alunos ao propor um
exercício de improvisação para estimular a habilidade dos jovens atores. A
atividade busca desenvolver competências relacionadas à oralidade, presença de
palco, capacidade de lidar com conflito e concisão.
Ao revisar o que já fez e gostaria de realizar, ela conta que
além de atuar, dançar e cantar foram descobertas e necessidades que desenvolveu
durante a carreira. Com entusiasmo, a artista fala sobre seus planos para o
futuro. "Quero dirigir mais tanto cinema quanto teatro. Eu escrevo poesias
que ninguém nunca leu", revela.
Os estudantes de interpretação reverenciam a atriz ao
representar uma cena do musical "Estúpido Cupido", peça que a atriz
Françoise Forton protagonizou em comemoração aos seus 50 anos de carreira.
Ainda nessa edição, ela traz dicas não só para os alunos de
artes cênicas, mas também para os telespectadores. "É uma paixão estar com
vocês, jovens. Fazer teatro alimenta a vida, a alma e transforma. A arte cura e
faz a gente ficar feliz", define.
Françoise Forton ainda destaca a relevância da querida Glauce
Rocha como parâmetro em sua carreira. "Sinto falta dessa pessoa que foi
responsável por eu ser atriz e uma mulher inquieta. Sempre que posso faço
questão que Glauce Rocha seja relembrada. Tudo o que faço dedico a ela",
afirma a atriz.
Emocionada, Françoise resgata memórias de sua infância para
destacar como Glauce a influenciou. "A base do meu aprendizado foi com
ela. Eu tinha 7 anos em Brasília onde eu morava antes de sua fundação. Ficava
muito impressionada em ver aquela mulher atuar de forma tão diferente",
recorda.
"Aprendi muito. Ela me faz muita falta. Procurem saber
quem foi Glauce Rocha, os trabalhos que fez e o respeito aos profissionais. Foi
uma mulher que viveu. Era uma grande atriz. Foi premiada. Fez cinema, teatro,
novela...", enumera.