Em novo dia e horário, às terças, às 22h30, o programa
jornalístico “Caminhos da Reportagem”, da TV Brasil, inicia temporada com a
matéria especial "Amor em tempos de aplicativo" sobre apps de
relacionamento.
Nesta terça (16/04), a produção da emissora investiga de que
modo a tecnologia interfere nas novas formas de conhecer pessoas, estabelecer
contato no meio virtual e levar essa relação para a vida real.
Além do propósito desses aplicativos, o Caminhos da
Reportagem investiga também as situações em que pessoas usam o artifício para
aplicar golpes, destaca a importância da privacidade e analisa os riscos para a
segurança de dados.
Os aplicativos de paquera vieram para revolucionar costumes:
os flertes e olhares que aconteciam num mesmo ambiente estão sendo substituídos
por curtidas de fotos e perfis de pessoas que podem estar a quilômetros de
distância.
Entre os aplicativos mais conhecidos está o Tinder, que foi
lançado em 2012 e tem usuários em mais de 190 países. Só no Brasil, são 10
milhões de cadastros. Foi com ele que o termo "match" ficou
conhecido.
"Dar match" significa que aquela pessoa pela qual
você se interessou também tem interesse no seu perfil. O Tinder contabiliza,
por dia, 26 milhões de "matches" no mundo.
Embora o termo tenha se popularizado, o psicanalista Christian
Dunker destaca que esse temo não é o mais apropriado. "A palavra match é
muito ruim. Ela pode fazer a gente acreditar que o amor é um match infinito e
não é. Quando a gente ama de verdade a gente ama as imperfeições, a gente ama o
que ele não tem, a gente ama aquilo que a gente pode acrescentar àquela vida
para torná-la mais interessante", explica.
Para falar sobre esses relacionamentos no meio virtual, a
equipe de reportagem da TV Brasil entrevista casais que se conheceram por meio
de aplicativos, pessoas que ainda estão em busca de um par e, ainda, um casal
tradicional, que está junto há mais de 40 anos.
A professora Lenir Dourado conheceu o marido, Augusto, há dez
anos, após uma de suas filhas inscrevê-la em um site de relacionamento. Lenir
conta que o namoro foi à distância e o casamento por procuração. Só depois de
cinco anos é que conseguiram morar juntos.
"Quando ele foi morar comigo, na minha cidade, parece
que ficou, assim, aí fechou, completou. Mas às vezes eu brincava com meu
esposo: ah, sabe que eu podia ir lá pro outro quarto e você ficar aqui, e a
gente ficar na internet, me deu uma saudade de conversar com você",
brinca Lenir.
Ao mesmo tempo em que milhares de pessoas têm recorrido aos
aplicativos para encontrar um par, há aquelas que os utilizam para aplicar
golpes. A equipe do Caminhos da Reportagem foi a Valparaíso de Goiás para
conhecer uma das 30 vítimas de Raimundo Nonato Silvério, o "Don Juan da
internet", um falso italiano que aplicou golpes no Distrito Federal e em
Goiás.
Com reportagem de Carlos Molinari e produção de Amanda
Cieglinski, o programa da TV Brasil ainda aborda questões que envolvem a
privacidade e a segurança dos dados fornecidos por usuários.
As informações disponibilizadas pelos usuários podem ser
utilizadas por empresas de marketing. Vários aplicativos de relacionamento já
tiveram dados vazados, expondo a identidade e dados íntimos dos seus
participantes.
Rodrigo Nejm, diretor de educação da Safernet Brasil, alerta
que ao instalar um aplicativo no celular os usuários aceitam as condições e
concordam com a possibilidade de terem seus dados gravados, comercializados ou
compartilhados com outras empresas.
"Quando você junta esse grande quebra-cabeça, você tem
hoje uma grande base de dados sobre tudo que você faz na internet", afirma
Rodrigo Nejm na entrevista à equipe de reportagem.