Na edição mais recente do “The Noite”, Luisa Marilac foi a
entrevistada de Danilo Gentili. Lançando seu livro “Eu, Travesti”, ela afirmou:
“as pessoas acham que toda travesti se vitimiza. Eu queria dar voz a quem não
pode falar. Falo de amor, tráfico internacional, filme pornô...”.
A convidada relembrou o vídeo que a tornou famosa. “Coloquei
em 2010, ficou um ano parado, depois me ligaram falando que bombou. Entrei em
depressão, tentei tirar do ar. A história era pra dizer para um ex-marido - que
me roubou - que eu estava bem. Foi o que me deu força, porque sou tímida”,
comentou. “Deus, aquele dia, olhou para mim dentro daquela piscina”, completou.
Ela contou que o ex chegou a entrar em contato após o
episódio. “Perdoei. Sou apaixonada por ele até hoje”, revelou.
Sobre sua identificação, declarou: “Desde que me entendo por
gente. Minha mãe saía para trabalhar e eu já começava a vestir a roupa dela e
dançar A Rainha da Sucata”.
Luisa relembrou um episódio terrível de sua história, quando
era adolescente recém-chegada a São Paulo e foi golpeada com facadas. “Cheguei
a ficar em coma. Tinha acabado de chegar do interior de Minas, estava sentada
em um bar com amigos. Só senti minhas costas queimarem”, frisou. “A travesti no
nosso país, infelizmente, não tem o direito de ir e vir. A expectativa de vida
para mulheres como eu é de 35 anos”, ponderou.
A respeito de ter ido para a Europa e se prostituído, contou:
“Nunca gostei da prostituição. É diferente você se prostituir e gostar de sexo.
Nunca tive a oportunidade de ter carteira assinada”.