Integrante da Nação Zumbi, o guitarrista pernambucano Lúcio
Maia apresenta seu novo projeto Los 5 em documentário da série Passagem de Som
e em show da série Instrumental Sesc Brasil. No primeiro, o artista fala sobre
como surgiu a banda e sobre suas influências musicais, que também vieram de seu
gosto por literatura, histórias em quadrinhos e cinema; e se encontra com a
cantora Marina de La Riva.
No segundo, o artista e os músicos Fábio Sá, Felipe Roseno,
Hugo Carranca e André Lima, todos consagrados na cena musical nacional, mesclam
composições e ritmos latinos com brasileiros e rock. As produções têm direção
geral de Max Alvim e estreiam neste domingo (21/04), às 21 horas, no SescTV.
Nascido em Recife, no dia 19 de março de 1971, Lúcio Maia faz
parte da banda Nação Zumbi desde sua criação em 1990. Seu primeiro álbum solo,
Homem Binário, foi lançado em 2007 e, três anos mais tarde, gravou o segundo,
Mundialmente Anônimo: O Magnético Sangramento da Existência. Foi vencedor, por
sete vezes consecutiva, do Prêmio de Melhor Guitarrista do Brasil, oferecido
pela revista gaúcha O Dilúvio.
No Passagem de Som, Maia fala sobre o desejo antigo de montar
a banda Los 5 e sobre o repertório que, de acordo com ele, vem de sua
influência em música latina, como a afro-cubana. “Fiquei muito mergulhado nesse
universo do Buena Vista Social Club”, articula, se referindo a um projeto com
artistas cubanos de vanguarda, produzido pelo guitarrista norte-americano Ry
Cooder. Este trabalho resultou em um CD, em 1996, e em um documentário musical
em 1999, dirigido pelo cineasta alemão Wim Wenders. “Fui ver o filme e chorei.
Aquilo ali me marcou muito”, confessa o brasileiro.
Maia diz que anos mais tarde, o também guitarrista
norte-americano Marc Ribot gravou, em Cuba, o disco Los Cubanos Postizos, e
este trabalho influenciou uma parte dos integrantes da Nação Zumbi a lançar um
projeto paralelo à banda. “A gente fez os Los Sebozos Postizos e eu montei os
Los 5 por causa deste disco”, conta o recifense.
A produção do Passagem de Som acompanha Maia e o demais
integrantes da banda à Casa de Francisca, espaço cultural situado no Palacete
Tereza Toledo Lara, na capital paulista. Ali, participam de um show com a
cantora brasileira Marina de La Riva, que possui laços com a música caribenha
por ser filha de cubano. Para La Riva, o trabalho dos Los 5 é muito particular,
apesar de ser possível localizar referências. “Você pode falar vários adjetivos
e não vai conseguir definir os caras porque são muito potentes”, expõe.
Ainda na cidade de São Paulo, Maia visita a Comix Book Shop,
uma das maiores lojas de quadrinhos e mangás em todo o Brasil, que ele
frequenta desde o início dos anos 1990. “Gosto muito de quadrinhos do mundo
inteiro”, assegura o colecionador, que afirma ter lido tudo: Turma da Mônica,
personagens da Disney, Akira, Wolverine, autores clássicos da literatura
brasileira, como Machado de Assis, Lima Barreto e Eça de Queirós, e
internacional, como o russo Fiódor Dostoiévski, o inglês Clive Barker e o
francês Arthur Rimboud.
Por fim, o Passagem de Som mostra ensaio dos Los 5 para o
show da série Instrumental Sesc Brasil, exibido na sequência. No repertório,
composições próprias, como Savana Tropical; música brasileira, como Juízo
Final, de Nelson Cavaquinho; sucessos americanos, como Lithium, de Kurt Cobain,
e How Deep Is Your Love, da banda Bee Gees; e ritmos caribenhos, como No Me
LLores Más, de Arsenio Rodríguez. Lúcio Maia toca guitarrista ao lado de Fábio
Sá, no baixo; Felipe Roseno, na percussão; Hugo Carranca, na bateria; e André
Lima, no teclado.
O espetáculo foi gravado em outubro de 2018, no Teatro
Anchieta do Sesc Consolação, na capital paulista.