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Divulgação - SescTV
 
MANCHETES

» 24/04/2019 - 17:38
Influência dos povos africanos no processo de urbanização das cidades brasileiras é tema de "A Cidade no Brasil"

O conceito de cidade é antigo na África, anterior a chegada dos europeus ao continente e, até mesmo, ao surgimento dos primeiros povoados nas colônias americanas. A origem e a participação do povo negro durante o processo de construção das cidades brasileiras são temas abordados em “A Cidade Africana”, quarto episódio da série documental A Cidade no Brasil, que estreia nesta quarta-feira (24/04), às 21h, no SescTV.

Com direção da cineasta Isa Grinspum Ferraz, o assunto é tratado pelos arquitetos e urbanistas Renato Cymbalista e Ermínia Maricato, pelo poeta e produtor cultural Sérgio Vaz e pelos antropólogos Manuela Carneiro da Cunha e Antonio Risério, autor do livro de mesmo nome da série, publicado em 2012, que serviu de base para a elaboração dos 10 episódios que compõem a produção.  

Antonio Risério abre o episódio A Cidade Africana falando a respeito dos vestígios de vida citadina e da cultura urbana africana, existentes há milênios de anos antes de Cristo. “Estudos arqueológicos comprovam que há inúmeros exemplos de criação arquitetônica e urbanística autóctone espalhados pelo continente africano”, afirma.

De acordo com o antropólogo, a contribuição desses povos, sequestrados e trazidos para o Brasil na condição de escravos, foi restrita às formas e práticas de cultura. “Não há influência africana no que se refere a arquitetura e urbanismo. Desde os mais antigos templos de culto aos recentes terreiros de candomblé, não há um só traço africano na feitura dos prédios”, explica.

Ao falar sobre a Brasil colônia, época em que o homem branco entendia o trabalho como um demérito, Ermínia Maricato ressalta a importância da presença dos escravos africanos para a criação e manutenção das cidades brasileiras. “Eles carregavam dejetos para os esgotos, a água e a lenha às residências. Eram o combustível das cidades”, diz a arquiteta.

Segundo ela, essa cultura atrasou o desenvolvimento das cidades brasileiras, porque, até hoje, grande parte da força de trabalho provém de atividades domésticas. “Cidades como São Paulo, por exemplo, eu chamo de senzalas urbanas. As favelas e periferias são como um depósito de gente para trabalhar a qualquer hora, por qualquer preço”, esclarece.

O poeta Sérgio Vaz compara os subúrbios a repúblicas ou países onde se convive com o racismo e a violência policial, e completa: “São Paulo é a casa grande e nós somos a senzala, a periferia. Mas tentamos ser felizes”.

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