No ”Luciana By Night” exibido na última terça-feira (15/10),
o filho da modelo Cristina Mortagua e do ex-jogador Edmundo, Alexandre Mortagua,
falou da ausência paterna. “Última vez que encontrei meu pai eu tinha 16 anos e
foi pela decisão de um juiz”, disse o entrevistado, que hoje tem 24 anos. “Quando
você lembra de uma pessoa que você gosta, você pensa na sua mãe, por exemplo,
vem um cheiro, uma frase engraçada, uma comida gostosa. Dele não me vem nada”,
completou, destacando as sessões de terapia que faz desde os três anos e que o
ajudaram a não guardar mágoas. “Não sinto nada de ruim [por ele], de verdade”,
frisou.
Questionado por Gimenez de como eram os Dias dos Pais na
escola, Alexandre afirmou ser contra esses tipos de comemorações. “Coisa de
escola é sempre muito brega (risos). Era uma versão da música Por Você, do
Frejat. Em vez de cantarmos desejaria todo dia a mesma mulher, a gente cantava desejaria
todo dia o mesmo papai e era para apontar para o nosso pai na plateia. Só
lembro de ver o rosto da minha mãe no meio de um mar de homens. A situação era
ruim para nós dois, mas tivemos muita cumplicidade, de proteção mesmo”,
confidenciou.
Em agosto deste ano, Alexandre Mortagua lançou o filme
independente chamado “Todos Nós 5 milhões”, que retrata a realidade brasileira
de pessoas abandonadas pelos pais. Disponível no YouTube, o longa debate o
papel do homem na sociedade. “A ideia foi conversar com eles para dizer: Gente,
há algo de errado e acho que é com a gente [homens]”, explicou.
Ainda sobre o tema, o cineasta comentou os limites do poder
masculino de fala, destacando o aborto. “Eles deveriam discutir sobre o
abandono, não sobre o aborto. Homem não engravida. Se engravidasse, daria para
fazer aborto em caixa eletrônico. Poderia abortar em qualquer lugar”, concluiu.