Na véspera do Dia da Consciência Negra, nesta terça-feira (19/11),
às 21h30, o programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, investiga diversas
situações de discriminação racial no País.
A discussão parte de uma campanha para substituir o retrato
embranquecido do escritor Machado de Assis por outro que realce os traços de
ascendência africana do maior autor brasileiro.
A reportagem mostra que, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade da população se identifica como
preta ou parda. Esses grupos somados são os chamados negros de acordo com a
classificação da entidade.
Para a professora de História da Universidade de Brasília
(UnB), Ana Flávia Magalhães, o autor do clássico "Memórias Póstumas de
Brás Cubas" não era um negro retinto, mas uma pessoa de antepassado
africano.
A produção jornalística da emissora pública entrevista
pessoas que já passaram por situações em que sofreram racismo como o professor
José Vicente, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares (SP).
Apesar da fama e sucesso, o rapper e compositor Edi Rock, do
Racionais MC’s também se queixa de racismo. "Quando chego num lugar mais
sofisticado, diferente dos que frequento, todo mundo me olha como se perguntasse:
quem é esse negro?", indaga.
A jornalista francesa e ex-consulesa Alexandra Loras se
cansou de ter integrantes da elite paulistana puxando suas tranças e decidiu
alisar os cabelos. Ainda vivendo no Brasil, ela enfrenta a resistência do
próprio filho, loiro, em deixar que ela, uma mãe negra, o leve para escola.
O Caminhos da Reportagem também conversa com o estudante
Matheus Benincasa Fernandes, de 17 anos. O jovem teve de ficar de cueca para
provar a gerente de uma loja que não estava roubando peças de roupa.