Publicado no YouTube de forma despretensiosa, o vídeo com Leona
– Assassina Vingativa e a Aleijada Hipócrita teve mais de 2 milhões de
visualizações e tornou as duas um sucesso na internet. A dupla é entrevistada
no segundo episódio de “Favela Gay – Periferias LGBTQI+”, que vai ao ar no
Canal Brasil nesta quarta-feira (01/04), às 19h30.
Leandro e Paulo Colucci (nomes de batismo das duas) moram em
Jurunas, Belém, e são vizinhos e amigos desde criança. Mesmo na infância,
perceberam que Leandro não era como os outros garotos da idade dele. “A gente
nunca tinha visto um menino fazendo coisas ‘absurdas’, colocando vestido,
maquiagem. Ele era muito pequenininho mesmo”, diz Paulo. Leona complementa:
“Sempre chamei atenção pelo meu jeito. Existiam outros meninos gays, mas não
tão abusados como eu”.
Na entrevista, Leona diz que já passou por muitas situações
de preconceito, mas adora rebater as críticas e comenta sobre os embates que
precisou enfrentar com a mãe, antes muito preconceituosa. Hoje, ela torce pelo
sucesso do filho, como prefere chamar, e teme pela violência do mundo.
Atualmente, Leona e Aleijada têm seu próprio canal no Youtube
com vídeos de paródias e foram até parar no teatro, quando a história de Leona
Vingativa virou tema de espetáculo. “Bicha é muito forte. A gente passa por
várias coisas, mas está sempre brincando com a situação. Gosto de saber que sou
inspiração pra outras pessoas e que ajudei algumas a ‘saírem do armário’”,
afirma.
Elas explicam ainda como se definem dentro da sigla LGBTQI+.
“Eu me identifico com travesti, não gosto de ser mulher e não quero ser uma
mulher perfeita, gosto de ser bicha mesmo”, afirma Leona. Já Paulo segue outra
linha. “Goto de me vestir como menino. Tem cara que fica com gay, mas que não é
gay. Não é estranho? É desse estilo que eu gosto, homens que namoram com
meninas e que não assumem a bissexualidade”, diz.
Na série, elas também falam sobre a infância, mostram os
locais onde gravam seus clipes e comentam o sucesso inesperado.