A penúltima edição inédita da temporada do “Programa Especial”
recebe atletas com deficiência auditiva que jogam futebol neste sábado (06/06),
às 9h30, na TV Brasil.
A produção da emissora pública entrevista Mariana Gomes,
jogadora de futsal feminino que é surda; a treinadora da seleção brasileira de
futebol de surdos, Cristina Lima, que é ouvinte; e os atletas Matheus Melo,
Luan Albino e Vitor Hugo Silva, que integram a seleção carioca.
Atleta de futsal feminino da Associação de Surdos do Rio de
Janeiro (ASURJ), Mariana Gomes também trabalha na Federação Desportiva dos
Surdos do Estado, com o objetivo de fomentar atividades físicas relacionadas a
mulheres. A jogadora fala sobre a importância de disputar e vencer campeonatos
da modalidade.
"Ganhar esses prêmios significa muita emoção porque o
objetivo ao conseguir essas medalhas é mostrar como que a comunidade surda é
forte. Muitos ouvintes não sabem dos nossos movimentos relacionados ao esporte.
Eles pensam que os surdos são incapazes e não conseguem. Mas a gente pode
mostrar através do esporte a nossa potencialidade", defende Mariana.
Treinadora da seleção brasileira de futebol de surdos,
Cristina Lima é ouvinte e começou com um projeto social feminino, o
"Estrela nova" com o qual passou a trabalhar também com pessoas com
deficiência auditiva, após uma partida contra o time feminino da Federação do
Rio de Surdos.
Ela explica quais são as categorias da modalidade. "O
desporto surdo tem três categorias. Futsal, em quadra de salão, com competições
municipais, estaduais, brasileiro e internacional. O mesmo é o Fut7, em campo
de grama sintética, com sete atletas. Temos o futebol de campo com 11
jogadores", conta.
Cristina diz que é possível migra de modalidades. "Todos
os atletas são avaliados. Podem jogar futsal, Fut7 e futebol de campo. Então,
assim, eu tenho um atleta que ele joga futsal, eu posso convocar ele para o
campo", afirma a técnica.
O jogador da seleção carioca de surdos, Matheus Melo,
ressalta a diferença de jogar com outras pessoas com deficiência auditiva.
"Eu já participei de futebol convencional, de ouvintes, e os ouvintes
achavam que o surdo não tinha capacidade pela falta de audição", recorda.
"No futebol com surdos há uma interação e é muito
melhor. Essa é a diferença do futebol com ouvintes. A comunicação na equipe de
surdos é muito boa porque acontece Língua de Sinais e facilita o entendimento.
O futebol acontece de uma forma natural, o aprendizado é mais rápido e, aí, nós
conseguimos treinar e ser profissionais no futuro", completa.
Luan Albino, por sua vez, destaca o sentimento de atuar pela
seleção brasileira. "Acho que é o sonho de todos os atletas. Primeiro,
você vai para a associação, depois, para a federação e a seleção é o
topo", comemora.
"Existem campeonatos, Copa do Mundo, Mundial,
Olimpíadas. Aí, você conhece o mundo afora, participa de competições, tem
experiências variadas, então, é o topo de tudo. Eu me sinto muito orgulhoso de
representar o Brasil", reconhece.
Já o atleta Vitor Hugo Silva fala da importância do esporte
na vida dele. "Quando eu jogo futebol, eu me sinto feliz, tranquilo. Os
amigos surdos me ensinam como jogar futebol, tem uma interação. Eles esclarecem
todas as minhas dúvidas, limitações. Aprendo muito. Eu me sinto muito feliz
sendo atacante. É ótimo", conclui.