A TV Brasil exibe neste sábado (12/06), às 9h, o “Programa
Especial” inédito com um perfil de Janaína Machado, uma jovem que nasceu com
surdez profunda. Ainda durante a atração da emissora pública, a repórter
Fernanda Honorato conversa com a dubladora Larissa Coelho, que está dentro do
espectro do autismo.
No bate-papo, Janaína conta que nasceu prematura, muito
pequena, e que foi o pai quem notou sua surdez. “Ele percebeu que eu era surda
porque a porta bateu, eu estava dormindo e não acordei. Minha mãe não acreditou.
Meu pai resolveu, então, pegar uma panela e jogar no chão, para fazer barulho,
como se fosse um teste (....). Jogou, fez um barulhão e eu continuei dormindo.
Então, naquele dia, perceberam que eu era surda”, diz.
Como a família de Janaína é toda ouvinte, os pais procuraram
uma escola para surdos, a Concórdia, que utilizava o método de “Educação
Total”, ou seja, aprender a falar e a sinalizar ao mesmo tempo. Janaína se
recorda que quando a irmã Débora nasceu, ela – que ainda era criança – ficou
triste, pois queria que a pequena também fosse surda.
“Débora já tinha nascido, era muito pequenininha. Eu lembro
que peguei a cadeira, comecei a mexer nela e a minha mãe me chamou ‘Janaína,
Janaína, calma, ela recém-nasceu’. Eu falei para a minha mãe ‘Vai descansar, eu
vou ensinar língua de sinais para a minha irmã, porque ela é ouvinte’”, conta.
Débora diz ainda que a relação entre as duas é muito forte e
que aprendeu a língua de sinais antes mesmo de falar. “Quando nasci, a família
sinalizava, falava português, usava LIBRAS... e a primeira língua que eu me
identifiquei foi a LIBRAS (...). Fui começar a falar português com três pra
quatro anos; antes disso eu preferia só sinalizar. E, até hoje, eu prefiro mais
sinalizar do que falar português”, explica.
Já Gilberto, marido de Janaína, lembra como se conheceram,
como se comunicavam no começo da relação e a felicidade do casal com o
nascimento da filha Victória. “Encontrei na festa, convidei, fomos dançar e,
depois, no momento que a gente parou, vi que eu falava e ela não respondia. Aí
comecei a entender que ela não era ouvinte. Eu pegava o telefone, escrevia a
mensagem e dava para ela e a gente foi se comunicando assim. A Janaína é uma
pessoa pura. Para ter uma família como a gente tem, foi esse lado que nos uniu
mais ainda. O nascimento da Victória foi uma benção”, afirma.
Na série sobre Autonomia, Larissa Coelho conta para Fernanda
Honorato que se interessou por dublagem depois de assistir um documentário
sobre as dubladoras de um filme. Ela viu um outdoor sobre um curso
profissionalizante, fez as aulas e pôde realizar seu sonho.